O Dom para a comédia romântica

Amy Adams confirma sua vocação para boa moça em Casa Comigo?

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Por Redação
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Basta um encontro com Amy Adams para entender por que Hollywood frequentemente a convida para interpretar moças meigas, certinhas e altruístas. A ruiva de traços delicados e aura angelical recebe a reportagem impecavelmente vestida, penteada e maquiada, como se tivesse saído de um conto de fadas - como a sua personagem em Encantada (2007). Não dá para imaginá-la na pele de mulheres rebeldes ou cruéis. "Talvez um dia eu brigue por papéis mais radicais. Por enquanto, estou feliz vivendo mulheres otimistas", diz a atriz, escalada como a heroína da comédia romântica Casa Comigo? (2010).

 

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Nesse lançamento exclusivo em DVD, que acaba de chegar às lojas e locadoras do Brasil, o ponto fraco de sua personagem é a impaciência diante da indefinição do namorado. Como o casal já está junto há quatro anos, Anna, uma decoradora de Boston, decide viajar a Dublin e aproveitar uma tradição irlandesa para ela mesma fazer o pedido de casamento - daí o título do filme.

 

Assim que o cardiologista Jeremy (Adam Scott) embarca para a capital irlandesa, a jovem vai atrás, pois planeja pedir a sua mão no dia 29 de fevereiro, como é o costume local. Diz a lenda que, no século 5.º, Santa Brígida teria reclamado a São Patrício que a mulher esperava tempo demais para ser pedida em casamento. Para contornar o problema, ele teria proposto que os papéis se invertessem, permitindo que a mulher tomasse a atitude. Mas só mesmo em 29 de fevereiro, que ocorre a cada quatro anos.

 

No filme, Amy tem a chance de quebrar um pouco a imagem de mulher alinhada. Sua personagem vai parar no interior da Irlanda, onde suas roupas de grife não combinam com o contexto rural. E, para chegar finalmente a Dublin, ela enfrenta muita lama, na companhia de um tipo nada refinado, o irlandês Declan (Matthew Goode), dono de um pub.

 

"Foi divertido fazer Anna perder a pose. Não sou tão arrumadinha quanto pareço. Meu quarto, por exemplo, é limpo, mas todo bagunçado." A declaração só confirma a sua vocação para a comédia romântica. Ela tem aquela qualidade indispensável para o gênero: é acessível, faz o público gostar e torcer por ela. Outro ponto a favor é que não banca a mulher fatal, o que desperta certa inveja nas mulheres.

 

"Sempre fui romântica, emocional e reservada, o que até então tem contado a meu favor nas minhas interpretações." Amy tem razão. Aos 35 anos, ela coleciona duas indicações para o Oscar de melhor atriz coadjuvante - pelo desempenho em Retratos de Família (2005), como a grávida aparentemente ingênua, e em Dúvida (2008), na pele da freira que tenta fazer a coisa certa. "Só estou aqui por causa de meu pai", afirma Amy, lembrando que ele costumava dirigir os sete filhos em pequenas peças domésticas, para entretê-los, em Castle Rock, no Colorado. "Eu me divertia tanto que, com o tempo, passei a levar a brincadeira a sério."

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