O diretor, desejo de arriscar

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Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Flávio Tambellini é filho e homônimo do produtor e diretor Flávio R. Tambellini. Como o pai, ele acumula as duas funções. Seu currículo de realizador é formado por um curta (Tim Maia) e três longas - Bufo e Spallanzani, O Passageiro - Segredos de Adultos e agora Malu de Bicicleta. São todos adaptações - de Rubem Fonseca, Cesário Mello Franco e Marcelo Rubens Paiva. Não importa o gênero, ou a mistura de gêneros, Tambellini gosta de falar sobre relacionamentos. Seu defeito pode ser considerado uma virtude. Como produtor, ele busca o trabalho benfeito. Essa busca do "acabamento" inibe um pouco o diretor. Entre a ousadia e o "certo", Tambellini prefere o menos arriscado.Ele concorda, em termos. "Realmente, detesto a precariedade. Um filme tem de ser muito genial para eu relevar defeitos na imagem ou no som. Mas sinto que corro cada vez mais riscos. Em O Passageiro, dei o papel principal para um estreante. Só quero deixar claro que, como produtor ou diretor, não penso no mercado. Se pensasse, estaria f... O Passageiro fez 8 mil espectadores."Malu chegou até ele como projeto do ator Marcelo Serrado. Já havia um roteiro de Bruno Mazzeo e João Avelino, que não satisfez a Tambellini. "Não tem nada a ver com bom ou ruim. Não me bateu. Incorporei o Marcelo (Rubens Paiva) ao projeto. Ele fez um trabalho bacana, muito desapegado." Sobre o tema "adaptações", Tambellini tem o que falar. "Eu realmente gosto de adaptar livros porque eles já me oferecem uma estrutura narrativa ou um desenho de personagens. Meu próximo filme é um roteiro original. Adaptar não é passar o livro pela câmera. É preciso fazer um recorte." Ou seja - é preciso arriscar-se. Em tempo - Tambellini está feliz da vida com Malu de Bicicleta. "Tenho feito debates com o filme. E o público tem gostado."

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