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"O Auto da Compadecida", em VT e DVD

O filme de Guel Arraes, um dos melhores lançamentos do ano passado, agora pode ser visto na tela de sua tevê. Baseado na peça de Ariano Suassuna, traz Matheus Nachtergaele e Selton Melo em cenas memoráveis

Por Agencia Estado
Atualização:

Qual foi o melhor filme brasileiro do ano passado? Você tem apenas três opções - Eu Tu Eles, de Andrucha Waddington, O Auto da Compadecida, de Guel Arraes, e Cronicamente Inviável, de Sérgio Bianchi. Os dois primeiros foram os vencedores do Oscar brasileiro. Eu Tu Eles como melhor filme, O Auto na categoria de direção. Cronicamente Inviável também foi considerado o melhor filme, mas em outro foro, o da APCA, Associação Paulista de Críticos de Arte. O filme de Andrucha será o grande lançamento, em DVD e vídeo, da Columbia Tristar Home Entertainment, neste mês de março. O Auto foi lançado em fevereiro. Você sabe - o filme entrou imediatamente para as listas de preferidos do público . O Auto teve lançamento simultâneo DVD e vídeo. Ganhou dois discos digitais. Num deles você encontra o filme e mais uma série de extras - trailer de cinema, making of, entrevistas, notas de produção, tudo isso e mais as tradicionais seleção de cenas e escolha de legendas. No outro, a minissérie completa, pois você sabe que O Auto, no cinema, é a versão condensada da microssérie (quatro capítulos) exibida com tanto sucesso pela Globo. O Auto foi (é) um dos dois grandes lançamentos em DVD e vídeo da Columbia em fevereiro. O outro é O Homem sem Sombra, que Paul Verhoeven realizou baseando-se em O Homem Invisível, de H.G. Wells. E quem comprou o DVD já sabe - o principal, numa série de extras, é a cena do estupro, cortada nos cinemas por ter sido considerada muito forte. O holandês Verhoeven, cooptado por Hollywood, estourou com Instinto Selvagem e fez diversos filmes de ficção científica, expressando sua visão pessimista do homem. Por meio da história do cientista que serve de cobaia na própria experiência e fica invisível, Verhoeven discute a tentação do fascismo, já que o anonimato permite ao personagem de Kevin Bacon liberar suas pulsões mais brutais (chegando ao tal estupro, cortado na versão exibida nos cinemas brasileiros, a mesma que o vídeo mostra). O Auto baseia-se na peça de Ariano Suassuna, que teve duas versões anteriores - com Regina Duarte e Antônio Fagundes nos anos 60 e com os Trapalhões nos 80. O próprio Suassuna considera Matheus Nachtergaele, que interpreta a versão de Guel, o melhor de todos os atores que fizeram o papel de João Grilo. Não só ele. Nachtergaele forma uma dupla genial com Selton Melo. Grilo é um desses personagens definidores da identidade nacional. Costuma ser comparado a Macunaíma, o herói sem caráter de Mário de Andrade. Não tem nada a ver. Grilo pode valer-se da esperteza, mas tem, como diz Suassuna, todo o caráter do mundo, lutando contra o patriarcado rural, a Igreja, o cangaceiro e o próprio Diabo. Todo o filme converge para a cena do julgamento no Céu. Quando Fernanda Montenegro entra em cena numa breve participação, como a Compadecida, O Auto toca o sublime. O Auto da Compadecida. Brasil, 2000. Direção de Guel Arraes. Columbia Tristar Home Entertainment. Vídeo e DVD. Disco duplo, já nas lojas, por R$ 45,00

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