O artista e o grupo rex na 29ª bienal de São Paulo

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Por Camila Molina
Atualização:

Uma carioca quis, em 2002, "estudar um tema paulista", a história do Grupo Rex e da Rex Gallery, fundada por Wesley Duke Lee, Nelson Leirner, Geraldo de Barros, Frederico Nasser, Carlos Fajardo e José Resende, iniciativa que movimentou a cena de São Paulo entre junho de 1966 e maio de 1967 com happenings (em que sempre chegava a polícia), festas, mostras e evocações de uma maneira alternativa de se fazer mercado. A crítica Fernanda Lopes, de 31 anos, defendeu como tese de mestrado na Universidade Federal do Rio de Janeiro o premiado e pioneiro trabalho A Experiência Rex, transformado em livro pela Alameda Casa Editorial. Mais ainda, agora seu estudo é tema de sala especial com sua curadoria na 29ª Bienal de São Paulo, a ser inaugurada em setembro.O tríptico O Nome do Cadeado É: As Circunstâncias e Seus Guardiães de Wesley Duke Lee, que integra a mostra do artista na Pinakotheke Cultural no Rio, será transportado para São Paulo para ser um dos destaques da sala, já que foi exibido originalmente na Rex Gallery. Como ainda conta Fernanda, outras obras de Leirner, Geraldo de Barros, Fajardo e Resende ? exceto de Nasser, que abandonou a carreira de artista ? estarão na Bienal, assim como um vídeo, os originais dos cinco jornais Rex Time publicados pelo grupo na época (e serão feitas tiragens de 5 mil exemplares fac-símiles de cada edição, a serem distribuídos na mostra), cartazes de suas exposições e documentos. "É a primeira exposição que se faz sobre o Grupo Rex", diz Fernanda, que foi convidada pela curadoria da 29ª Bienal para este trabalho e teve autonomia total para conceber a sala da mostra, que ficará no terceiro piso do pavilhão. Ela conta ainda que para fechar a mostra, procura as obras They Are Kissing (Negative) e Cena de Sofá II (Fantasia Agressiva), ambas de 64 e de autoria de Geraldo de Barros. "Rex era mais uma atitude do que uma escola plástica", afirma a curadora. que tomou como desafio transpor para os dias de hoje a história e as motivações do grupo na Bienal que tem como mote discutir as relações entre arte e política, muitas vezes, no sentido de ressaltar práticas históricas ou atuais de quebra de convenções. Wesley Duke Lee teve um papel fundamental na "experiência Rex" ? o título em inglês da galeria e do jornal foi ideia dele, por exemplo.

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