O amor trágico de Romeu e Julieta visto pela ópera

Estréia nesta quinta-feira, no Teatro São Pedro, obra de Vincenzo Bellini a partir da história do casal de Verona

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Por Agencia Estado
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A fonte principal não foi Shakespeare. Ao escrever seu I Capuleti e i Montecchi, Bellini se inspirou no libreto de Felice Romani que, por sua vez bebeu em textos de uma série de poetas e narradores italianos. Mas, lá estão o jovem casal apaixonado e o jogo de vida e morte no qual acabam se envolvendo. É uma das principais criações do compositor e a partir de hoje ganha montagem no Teatro São Pedro, com a Sinfônica de Americana, a regência de Parcival Módolo e a direção cênica do argentino Boris. Mas é no elenco que as atenções devem mesmo se concentrar. Julieta será interpretada pela soprano Gabriella Pace; e Romeu, pela meio-soprano Luciana Bueno - aqui, cabe uma explicação: para ressaltar a juventude do jovem apaixonado, Bellini preferiu destinar o papel a uma mulher de voz mais grave em vez de um tenor. Gabriella e Luciana chegaram há pouco de Manaus, onde participaram da produção do Otelo, de Rossini, apresentada no Festival Amazonas. E a dobradinha Desdêmona/Emília só faz crescer a expectativa para rever a dupla. Apenas um detalhe: na récita do dia 27, Romeu será interpretado por Cristina Sogmaister. Completam o elenco os tenores Federico Lepre e Eric Herrero (Tebaldo), o baixo Julio Pavanello (Capellio) e o barítono Yuri Jaruskevicius (lorenzo). Um bom elenco de vozes é fundamental em óperas de Bellini. Ele é um dos grandes representantes do bel canto italiano, um estilo de canto floreado, repleto de ornamentações. Mas a crítica que opõe este estilo à dramaticidade não se aplica neste caso. A ópera está repleta de passagens tocantes - funciona muito bem, por exemplo, o contraste dado pelo compositor entre o lirismo das passagens destinadas aos dois amantes e a agressividade da música com o que o coro relembra a guerra entre as duas famílias rivais. J.L.S. I Capuleti e i Montecchi. 150 min. (636 lug.). Rua Barra Funda, 171, Barra Funda, tel. 3667- 0499, metrô Marechal Deodoro. 5.ª e sáb., 20h30; dom., 17 h. R$ 10 a R$ 40

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