NY sob as lentes de Claudio Edinger

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Por Agencia Estado
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O fotógrafo Claudio Edinger viajou para Nova York com 22 anos, pensando em ficar por lá apenas por 12 meses. Acabou ficando por 20 anos. O retorno ao Brasil aconteceu em 1996, mas o vínculo com a cidade monumental permaneceu intacto, como mostram as fotos que ele exibe a partir desta noite no Museu de Arte Moderna (MAM) e que também foram reunidas - numa seleção um pouco diferente - no livro Cityscapes. Foram sete anos de pesquisa, durante os quais Edinger procurou captar a relação do indivíduo, do estrangeiro perdido em Nova York. No livro, sucedem-se imagens que contrapõem a verticalidade estonteante dos arranha-céus com a mobilidade das pessoas que habitam essa selva. É raro encontrar um rosto nítido, definido. Na maioria das vezes, eles perdem contorno, definição ou foco - que normalmente é determinado por algum grande monumento, como as pontes, edifícios que fazem a fama da cidade. Há figuras humanas apresentadas com nitidez, mas estas não são de carne e osso. São os elementos centrais de gigantescos anúncios. As esculturas, como o célebre touro de Wall Street, também têm sua vez. Como explica o fotógrafo, ele põe em destaque uma espécie de objetivação do ser humano. "Nova York é uma metáfora para a cidade grande, o grande centro urbano que acaba devorando o homem", explica. "A única coisa constante é o bombardeio pela publicidade", ressalta. Esta é a quinta publicação de Edinger com a DBA. Ele ainda tem na gaveta um estudo quase concluído sobre a Índia. Já editou ensaios sobre Havana, o Juqueri, o carnaval e, mais recentemente um estudo sobre retratos. No novo livro ele registra a relação anônima com a cidade de várias formas. Uma delas é a inexistência de legendas. Só o leitor familiarizado com a cidade reconhecerá o que vê. A visão de Edinger sobre Nova York é extremamente glamourosa e se deixa influenciar pelos encantos da cidade que hoje posa de capital do mundo - substituindo Paris no lugar de a grande preferida dos fotógrafos. Edinger prefere utilizar a palavra meditação para definir esse ensaio. "Com a fotografia você consegue brecar um pouco o tempo inexorável e analisar. Para onde vai o ser humano e a cidade? É a grande pergunta desse livro." Claudio Edinger. De terça a sexta, das 12h às 18 h, quinta, das 12 às 22 h; sábado e domingo, das 10h às 18 h. R$ 5 00. MAM - Museu de Arte Moderna de São Paulo. Parque do Ibirapuera, s/n.º, portão 3, tel. 549-9688. Até 15/4. Abertura, amanhã (29) às 19 h, com lançamento do livro Cityscapes. Editora DBA, 118 páginas, R$ 65,00. Patrocínio: Merril Lynch e Stefanni Assessoria e Consultoria em Informática

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