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NY: arte latino-americana fecha temporada de leilões

Os 320 lotes trazem apenas 18 obras de artistas brasileiros. A pequena participação nacional, segundo leiloeiros, é resultado de um forte mercado no Brasil

Por Agencia Estado
Atualização:

Os últimos leilões de arte da grande temporada de fim de ano, na Christie´s e na Sotheby´s de Nova York, começam hoje e terminam na quinta, com a oferta de 320 obras latino-americanas, entre as quais estão apenas 18 trabalhos de brasileiros. A maior estimativa de preço é para as pinturas Bailarinas, produzida em 1942 pelo mexicano Rufino Tamayo (1899-1991), que está na Christie´s, e Paquete Marfil, de 1967, do chileno Claudio Bravo, à venda na Sotheby´s. Os leiloeiros esperam alcançar até US$ 1 milhão para cada uma delas. Segundo as diretoras dos departamentos de arte latino-ameicana das duas casas, a pequena representação brasileira nos leilões internacionais é resultado de um forte mercado interno no Brasil. "É maravilhoso que os brasileiros estejam interessados na produção dos seus artistas, mas seria ótimo que tivéssemos mais trabalhos para oferecer, pois há público mais interessado neles do que alguns anos atrás", diz Kirsten Hammer, da Sotheby´s. "É difícil encontrar no Brasil obras que sejam competitivas para nós, que temos estimativas de preços supraconservadoras. Por isso aproveitamos o que existe no mercado internacional", diz Anna Sokoloff, da Christie´s. A maior parte das peças brasileiras nos dois leilões foi colocada no mercado por colecionadores estrangeiros. O pequeno óleo sobre painel Paisagem de Ouro Preto, pintado em 1958 por Alberto da Veiga Guignard (1896-1962), é o trabalho brasileiro com maior preço. Pertencente a um colecionador particular de Vancouver e em leilão na Christie´s, o quadro tem valor estimado entre US$ 60 mil e US$ 80 mil. A Christie´s que, segundo Anna Sokoloff, "tem sempre lugar para os contemporâneos brasileiros" nos seus leilões, também está oferecendo trabalhos de Hélio Oiticica, Waldemar Cordeiro, Nelson Leirner, Mira Schendel e Tunga, entre outros. Embora a peça brasileira mais cara na Sotheby´s seja o óleo sobre tela Battlefield n.º 27, pintado por Antonio Henrique Amaral, em Nova York, no verão de 1974 - estimado entre US$ 35 mil e US$ 55 mil -, Kirsten Hammer destaca como "verdadeira jóia" o Retrato da Madame Arthur Rubinstein, de Cândido Portinari (1903-1962), também vindo de um colecionador particular. O quadro retratando Nela, mulher do pianista polonês que era um fã da música brasileira, é parte de um par feito por Portinari em 1940. O retrato do músico foi leiloado no Brasil em setembro, por RS$ 168 mil, pela Bolsa de Arte do Rio de Janeiro. O de Nela Rubinstein é, segundo Kirsten, "uma pintura espetacular, o Portinari mais bonito que já entrou no mercado em qualquer lugar nos últimos tempos, à exceção talvez do seu par". A Sotheby´s espera obter pela obra entre US$ 20 mil e US$ 25 mil. Os leilões da Sotheby´s são realizados hoje à noite e amanhã de manhã; os da Christie´s, amanhã à noite e quinta-feira de manhã.

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