PUBLICIDADE

'Nunca procurei ser famoso. só não evitei'

CEO do Grupo Newcomm, de publicidade, Roberto Justus estreia seu terceiro programa de televisão

Por Sonia Racy
Atualização:

>

PUBLICIDADE

No fim de semana em seu sítio, em Porto Feliz, onde possui quadras, jet ski e academia, o publicitário e apresentador Roberto Justus viu-se desafiado por uma bola alta durante jogo de tênis. Competitivo assumido, não quis perder o ponto. Fatal. Caiu sobre a mão e trincou o pulso. Braço imobilizado, alguns dias depois, contrariando o médico, livrou-se do imobilizador. Tudo para gravar seu novo programa, o Topa ou Não Topa, que estreia dia 25 no SBT. Semana passada, Justus falou à coluna.

Como avalia o mercado publicitário no Brasil hoje?Muito favorável. Economia e o varejo vão bem. Quando a crise estourou em 2008, os nossos clientes multinacionais foram os que mais sentiram. Mas agora estamos prevendo crescimento de 15%, o que não vem acontecendo nos últimos dois anos.

Planeja expansão do Grupo Newcomm?Buscamos novos segmentos como o automotivo e o cervejeiro. Somos fortes na iniciativa privada mas, para o setor público, precisaríamos ter escritório em Brasília. É um lugar onde podemos crescer.

 

A prática da cobrança de um fee com valor projetado na verba do cliente está, no Brasil, tomando o espaço da comissão sobre veiculação?É um fenômeno mundial. Especialmente na negociação com multinacionais, as agências locais são obrigadas a aceitar esse tipo de remuneração. Mas a maioria prefere trabalhar com a comissão de veiculação mesmo.

 

No começo da carreira você adotava um estilo low profile. Foi estratégia tornar-se high profile?Adotava mesmo. Mas, não, nunca pensei: "Ah, agora vou ser high profile e querer aparecer". Isso começou quando me relacionei com mulheres famosas. Nunca procurei ser famoso. Só não evitei. Claro que gera comentários, muitas mentiras. Mas nunca questionaram meu caráter. A sexualidade sim.

 

A que você atribui isso? Porque não se pode fazer sucesso no Brasil que daí o sujeito já não é mais homem. O brasileiro tem essa característica. Eu defendo que se pode querer ter as coisas, sabe, mas não precisa desejar que o outro não tenha.

Publicidade

Você também foi muito criticado quando gravou seu disco. Cantar é só hobby. Mas as pessoas não conseguiam aceitar. "Ah, ele não pode ser um empresário de sucesso, que faz televisão e deu certo e que agora quer cantar. Chega, tirem esse cara". Não sou o maior cantor do País e nem pretendo ser. Mas sei que eu faço bem e sou afinado.

 

Na TV aconteceu o mesmo?Aconteceu, claro. Falavam: "Ah, o louco por flash, quer aparecer". Fui convidado para fazer o programa (O Aprendiz, na Record) porque achavam que tinha o perfil. Silvio Santos não é um grande empresário e um grande apresentador? Por que não posso fazer caminho semelhante?

 

Dizem que você não esta satisfeito com o dia (quarta-feira) em que seu programa vai ao ar no SBT. É verdade? Realmente. Minha audiência seria mais eficiente se não competisse com programas de longa duração como filme e futebol. E 23hs acho um pouco tarde.

 

Você sonha comprar o SBT?Nem tenho recursos para isso. E negócio, já tenho o meu. Nunca quis substituir o Silvio Santos.

 

PUBLICIDADE

Mas acha que teria o perfil?Estou no mercado publicitário há 30 anos. Entendo e tenho uma imagem boa no meio. Poderia ajudar a agregar muitas coisas para a empresa. Entendo de televisão. Mas não é uma pretensão minha. E nem o SBT está acenando com essa possibilidade. Agora, dessa água não beberei? Isso não vou dizer.

 

O que achou da edição de O Aprendiz com João Dória?Achei bem feito. Só acho que o João não tem a agressividade que O Aprendiz demanda. Ele não é um cara agressivo. É doce, querido. E não dá para ser doce no Aprendiz. Mas eu o admiro muito como empresário e apresentador de talk-show.

 

O que faz para relaxar?Vou para o meu sítio em Porto Feliz, perto de SP. Tenho tudo lá. Quadra de tênis, de futebol, piscina, jet ski, moto, quadriciclo, academia. Adoro ficar com o pé na grama, mas gosto da coisa bem estruturada. Sou aquele que vai acampar no Plaza Atheneé. Não sou natureba total, gosto de conforto. Isso é saúde mental. E brinco que não quero convidado pão com frango, que vai ao sítio só para comer. Quero alguém que se movimente. Não consigo ficar sentado jogando cartas.

Publicidade

 

Como cuida da aparência?Tenho uma vaidade normal. Estou sempre de barba feita, faço pé e mão toda semana, uma questão de higiene. Faço limpeza de pele uma vez por mês. O que homem se cuida não é vergonha. Não gosto de visual fora de ordem. Prefiro uma mulher mais simples com jeans, camiseta, uma joia linda, uma bolsa linda, uma Birkin da Hermès (risos) e tá bom. Não precisa de mais. Infelizmente, tenho que usar maquiagem para a televisão por causa das luzes e tal. Mas me incomoda um pouco porque estraga a pele.

 

Como é ser pai depois dos 50?Casei com uma mulher mais jovem e não podia privá-la desse sonho. No começo eu fui resistente, não queria mais filhos. E hoje sou doente pela Rafaella. A primeira palavra dela foi "papá". Ela fala isso para mim e o "papá" aqui se derrete. Eu dizia que nunca mais iria pisar na Disney para onde fui umas 30 vezes com meus filhos. E agora vou vestido até de Pato Donald se ela quiser. Pensei que não teria mais paciência para uma rotina doméstica. Pelo contrário, tenho muito pique. Mas, a essa altura da vida, depois de quatro casamentos, espero que esse seja o último. Porque não dá mais para começar tudo de novo e nem para carregar mais ex-mulheres.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.