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Novos suspeitos do roubo de peças Arquivo Geral da Cidade

A polícia já identificou suspeitos do roubo de cerca de 3.800 peças, entre fotografias, gravuras e revistas, do Arquivo Geral da Cidade, no Rio de Janeiro

Por Agencia Estado
Atualização:

A delegada federal Isabelle Vasconcellos, que investiga os recentes ataques ao patrimônio histórico disse, nesta quarta-feira, que a polícia já identificou suspeitos do roubo de cerca de 3.800 peças, entre fotografias, gravuras e revistas do Arquivo Geral da Cidade. Ela não quis revelar se os suspeitos apareceram durante o cruzamento dos nomes dos pesquisadores que estiveram no arquivo com a lista dos visitantes de locais como a Biblioteca Nacional e o Museu da Chácara do Céu, também alvo de criminosos. "A investigação está caminhando e tenho esperança de recuperar as peças levadas do Arquivo Geral", disse Isabelle. Ela acredita que as peças ainda estejam no País. De acordo com a delegada, somente os funcionários do arquivo foram ouvidos. Ela não informou quando os suspeitos prestarão depoimento na Delegacia de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico (Delemaph). Nesta quarta, a delegada fez uma vistoria no Museu Imperial, em Petrópolis, na Região Serrana, a fim de identificar possíveis falhas no esquema de segurança. O trabalho faz parte de um convênio entre a PF e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para prevenir ataques a instituições federais. "A partir do diagnóstico vamos ver as necessidades de modernização dos esquemas de segurança. Haverá verbas para aumentar a proteção e o Ministério da Cultura buscará parcerias para implantar as sugestões da Polícia Federal", disse o museólogo Márcio Rangel, do Departamento de Museus do Iphan, que acompanhou a vistoria. O Museu Imperial foi o primeiro a ser vistoriado pela PF por ser o mais visitado do País - cerca de 300 mil pessoas anualmente - e por guardar as peças mais valiosas do acervo nacional, entre elas a coroa de d. Pedro II feita de ouro maciço e ornada com 639 brilhantes e 77 pérolas. O museu é dos poucos com segurança armada. Dos nove vigilantes, cinco trabalham com armas. Um deles permanece na sala das coroas, protegidas por sensores e alarmes conectados à polícia. Também há câmeras e alarmes de invasão. O Museu Imperial foi alvo de três ataques nos seus 63 anos de existência. Nos anos 80, um homem vestido de padre levou três livros da biblioteca. Os volumes foram recuperados. No mesmo período, um estribo de prata foi roubado. Em 2002, duas medalhas comemorativas foram furtadas de uma exposição temporária. Não eram peças únicas. Também por duas vezes tentaram entrar no museu. Os invasores foram presos. "Eles são especialistas e podem apontar possíveis pontos de fragilidade. A questão da segurança dos museus não é de equipamentos nem de dinheiro, mas de estratégia", afirmou Maria de Lourdes Parreiras Horta, diretora do museu há 15 anos. Além do Museu Imperial, serão vistoriados outras seis instituições federais até o dia 19 de julho (museus da República, Nacional de Belas Artes, Histórico Nacional, da Chácara do Céu, do Açude e Villa-Lobos). O laudo sobre cada um deles sai em um mês. "Vamos adaptar os planos de segurança de acordo com as particularidades de cada um deles, como localização e acervo", disse a delegada Isabelle.

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