20 de abril de 2012 | 09h53
Frémaux desvenda o segredo do evento numa declaração pinçada da coletiva - "Cannes precisa se abrir para as novas ideias, mas sem deixar de ser fiel ao seu passado. A diversidade só interessa como elemento de enriquecimento. É o que faz de Cannes o nosso festival." A busca de equilíbrio entre autores consagrados e novos dá o tom da seleção. Diretores que já venceram a Palma de Ouro estão de volta à competição - Abbas Kiarostami, Michael Haneke, Ken Loach. Outros que brigam há tempos pela distinção tentam mais uma vez - Jacques Audiard, David Cronenberg, Walter Salles. E há o caso particular de Alain Resnais.
Em 1959, no alvorecer da nouvelle vague, ele ganhou o prêmio da crítica por seu primeiro longa, Hiroshima, Meu Amor. Em anos mais recentes, Resnais foi homenageado na mostra Quinzena dos Realizadores e recebeu um prêmio especial, pelo conjunto da obra, no ano de Les Herbes Folles.
Aos 90 anos - nasceu em 1922 -, ele concorre de novo com Vous n?Avez Encore Rien Vu. O título remete a uma frase que Eiji Okada, o protagonista masculino de Hiroshima, vive repetindo para Emmanuelle Riva - "Tu n?as rien vu a Hiroshima".
O Brasil iniciou os anos 2000 com o impacto produzido por Cidade de Deus - o longa de Fernando Meirelles começou em Cannes sua carreira internacional. Walter Salles participou duas vezes da competição, desde então - com Diários de Motocicleta e Linha de Passe, que deu a Sandra Corveloni o prêmio de melhor atriz. Salles volta agora com um filme em língua inglesa. Outro brasileiro integra a seleção oficial - e com um filme também falado em inglês. O ator Rodrigo Santoro faz um republicano espanhol em Hemingway & Gellhorn. O filme de Philip Kaufman trata do romance entre Ernest Hemingway e Martha Gellhorn, considerada uma das maiores correspondentes de guerra do século 20, justamente durante a Guerra Civil da Espanha. A Argentina conseguiu emplacar dois filmes de Pablo Trapero na mostra Un Certain Regard, que integra a seleção oficial - o episódio de Siete Veces Habana e o longa Elefante Branco. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
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