PUBLICIDADE

Novo disco de Dianne Reeves tem repertório eclético

'When You Know' é marcado por canções que tiveram repercussão popular nos anos 1960 e 1970

Por ANTONIO GONÇALVES FILHO - O Estado de S.Paulo
Atualização:

O mais recente CD de Dianne Reeves, When You Know, lançado aqui pelo selo EMI, tem um repertório mais eclético que o de Good Night, and Good Luck. O disco é marcado por canções que tiveram certa repercussão popular nos anos 1960 e 1970 - o disco traz, por exemplo, um grande sucesso do início de carreira do grupo The Temptations na Motown, Just My Imagination (Running Away With Me, 1971), além da bossa Once I Loved (Amor em Paz), de Tom Jobim, gravada originalmente por Astrud Gilberto. Dianne Reeves, que conhece bem esses registros, não busca a imitação, mas uma maneira singular de falar de sentimento amoroso sem apelar para o "camp". O delicado arranjo de Once I Loved, por exemplo, promove a interação entre voz e violão de forma minimalista. Outro exemplo de canção gravada inúmeras vezes, o tema do filme Crown, o Magnífico (The Windmills of Your Mind), composto por Michel Legrand, ganha na voz da intérprete uma versão ascencional, feita com a ajuda do violão acústico de Lubambo e do violino de Sarah Thorntable. A cantora cercou-se de músicos com os quais tem uma convivência familiar. Além de Lubambo estão no disco o primo pianista George Duke, que assinou os arranjos ao lado do violonista brasileiro e do pianista Billy Childs. Cada uma das dez canções que integram o repertório de When You Know pertence a um gênero diferente - a composição de Reeves, Today Will Be a Good Day, tem sotaque blueseiro e Social Call é uma espécie de homenagem a Sarah Vaughan, a referência máxima de uma intérprete que poderia ter seguindo um caminho mais seguro depois de Good Night, and Good Luck, mas preferiu permanecer fiel à diversidade e à fusão.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.