Nova OSB só tem 59 músicos, por enquanto

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Por Roberta Pennafort/RIO
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Em 70 anos, é a primeira vez que a temporada da OSB começa tão tarde. As atividades que se iniciam esta noite deveriam ter ocupado o palco do Municipal do Rio há cinco meses. A crise não só calou onze concertos programados para antes da abertura deste Festival Beethoven - que ficariam a cargo da OSB Jovem e acabaram abortados -, mas também roubou um de seus chamarizes: o pianista Nelson Freire. Em abril, tão logo foi confirmada a demissão em massa dos músicos que se rebelaram contra as avaliações impostas pela direção, ele, solidário ao grupo, avisou que não viria. Nelson faria hoje o Concerto Para Piano Nº 4 , que ficou com a ucraniana Valentina Lisitsa. O violinista norte-americano Joshua Bell, que tocaria nos dias 27 e 28, é outra ausência a ser sentida. Ainda com doze vagas abertas, a nova OSB tem, por enquanto, 59 músicos: 42 remanescentes da formação pré-crise, oito integrados nas audições de maio e nove temporários. O grupo original contava com 85 músicos. Doze estrangeiros aprovados nos exames estão com os vistos emperrados no Ministério do Trabalho. O ministro Carlos Lupi diz que antes de concedê-los "é preciso verificar se há músicos brasileiros correspondentes". "Essa análise está sendo feita. É assim em qualquer lugar do mundo, seja para músico ou para engenheiro eletricista." Enquanto isso, os 33 afastados negociam com a direção da OSB sua volta - o diálogo foi reaberto, mas ainda não se chegou a um consenso. "O clima é bom", garante Eleazar de Carvalho Filho, presidente da Fundação OSB, em discurso conciliador. "A OSB está motivada e coesa, muito feliz de voltar ao palco. Esse conjunto vai desenvolver seu som."

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