Nova-iorquinos têm nova chance de ver a arte de Ai Weiwei

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Por CHRISTINE KEARNEY
Atualização:

Foi inaugurada na quarta-feira em Nova York uma exposição fotográfica que mostra imagens do período em que o artista e ativista chinês Ai Weiwei viveu na cidade, nos anos 1980 e início da década de 1990. É a primeira exposição importante de trabalhos de Ai em um museu desde que ele foi libertado da prisão. O artista, cuja detenção na China provocou um furor internacional depois de sua família ter dito que as acusações de crimes econômicos que lhe foram feitas não passaram de desculpa para silenciar suas críticas à China contemporânea, não esteve presente à mostra. Pequim exigiu que Ai pague 1,85 milhão de dólares em impostos e multas. Algumas pessoas do mundo da arte especulam sobre a possibilidade de o valor de mercado dos trabalhos de Ai subir em função de sua nova fama global como símbolo da luta contra a repressão exercida pela China, que tem levado à detenção e prisão de dezenas de dissidentes e ativistas dos direitos humanos. Parece provável que a resposta seja "sim", por enquanto, mas a mostra no Asia Society Museum não atribui valores aos trabalhos de Ai, focando em vez disso sobre sua arte. Organizadores disseram que o timing da mostra -- que abrange 227 fotos em preto e branco feitas por Ai, artista conceitual conhecido por suas esculturas e instalações -- foi fruto de mero acaso, coincidindo com sua libertação, na semana passada, depois de dois meses de detenção. A exposição, que ficará em cartaz até 14 de agosto, mostra fotos feitas pelo artista hoje robusto e barbado entre 1983 e 1993, antes dele ficar famoso por ter ajudado a criar o estádio Ninho do Passarinho, usado nos Jogos Olímpicos de Pequim em 2008, e por suas atividades investigativas sobre crianças que morreram no desabamento de prédios escolares mal construídos no terremoto de Sichuan, em 2008. "Ele poderia ver isto (a mostra) com uma volta para casa, de certa forma. Ai ainda não teve uma mostra importante em um museu aqui em Nova York", disse Melissa Chiu, diretora do Asia Society Museum, acrescentando que a mostra revela que "o período que ele passou aqui em Nova York o ajudou a pensar a vida como artista de maneira diferente." (Reportagem adicional de Chris Michaud)

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