Em Jane Fonda & Lily Tomlin: Ladies Night Live, da Netflix, as atrizes do título apresentam a própria homenagem. Sete mulheres se revezam no palco em curtas performances de stand-up que honram, principalmente, os papéis de Jane e Lily em Grace & Frankie.
Coincidentemente ou não, a série de humor tinha acabado de terminar quando a gigante do streaming fez o festival Netflix is a Joke 2022, do qual esse show faz parte. O evento gerou diversas produções, entre esquetes, séries de comédia, filmes, stand-ups e outros, que estão sendo lançados gradativamente.
Ladies Night Live dá um aperitivo do que a cena de humor feminino conquistou nesta que ainda é uma das esquinas mais machistas da indústria cultural.
Diversidade cômica
Com estilos e origens muito diferentes, Michelle Buteau, Cristela Alonzo, Margaret Cho, Heather McMahan, Tracey Ashley, Anjelah Johnson-Reyes e Iliza Shlesinger fazem o que foram convidadas a fazer: rir. Mas, convenhamos, umas mais e outras menos.
Os textos tratam desde as ironias impostas pela quarentena da pandemia e dilemas da vida e de idade até a ‘cultura do cancelamento’. Ah, e tem ainda a impagável participação especial de Brooklyn Decker e June Diane Raphael, que interpretam as filhas de Grace na série. Uma hora de divertimento online.
Caneta feminina
Presente no Netflix Is A Joke, Iliza Shlesinger já é veterana na Netflix. São vários os especiais de stand-up protagonizados por ela que valem o play, mas o melhor e mais afiado talvez seja Elder Millennial. No show de uma hora, a humorista abusa da comédia de performance.
Com vozes e trejeitos de gargalhar, ela incorpora personagens do próprio cotidiano, como amigas, ficantes e até um suposto dragão que toda mulher tem em si. Tudo de maneira hilária, com uma pitada de feminismo e um caminhão de sarcasmo.
Humor verde amarelo
Em Demolição, Bruna Louise se tornou a primeira mulher brasileira a ter um show de stand-up só dela na Netflix. E não deixa nada a desejar aos vídeos em que aparece no YouTube, Tik Tok e outras redes sociais.
Com um estilo muito próprio, de humor autodepreciativo e histórias de dates frustrados, a artista também não deixa de fora as críticas ao patriarcado. Classificação: 14 anos.
O que virá
Depois de ter destruído expectativas ao transformar em humor o próprio trauma no especial Nanette, ela voltou a surpreender. Com Douglas, ela faz o impensável. Hannah gasta os primeiros 15 minutos do show explicando ponto a ponto como será a apresentação.
Qual piada chega em cada sequência. Sobre quais temas vai falar e chega a entregar os desfechos. Mas garante que haverá risadas. O mais genial é que entrega! No decorrer do espetáculo de comédia você se esquece do cronograma inicial. E às vezes é levado a se lembrar no timing perfeito para dar gostosas gargalhadas – e ela avisou que aconteceria.
Barriga
Ali Wong, em Baby Cobra, usa tudo à disposição para engatar a comédia. No especial de 2016 ela sobe grávida ao palco – de verdade – com uma barriga enorme e deliberadamente marcada no vestido.
O texto incisivo e não apologético fala de casamento, família e, principalmente, do que é ser uma mulher de negócios. E ela volta depois, em outro show, grávida de novo. Riso sempre garantido.
Troça com o Poder
Em Not Normal, Wanda Sykes debocha de trivialidades americanas e, principalmente, do presidente na época: Donald Trump. O especial de 2019, porém, segue atual.