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Cultura, comportamento, noite e gente em São Paulo

Nossas variantes

Não é amor. Acho até que é parecido. Só olhando muito de perto para reparar na diferença

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Por Gilberto Amendola
Atualização:

Não é amor.  Mas é uma variante. Não me olha assim.  Até virar amor vai um caminho. Talvez a gente não tenha paciência para percorrê-lo em sua plenitude. Sei lá quantas voltas a gente precisaria dar. Fico tonto só de pensar. Me falta fôlego.  A lagarta pode ser mais bonita do que a borboleta. Então, vamos aproveitar o sol. E ser lagarta mais um pouco.  Pra que tanta pressa? 

Ai Jesus, o diastema! Uma lástima ser privado dos seus dentes separados Foto: Denise Andrade/Estadão

Não é amor. Mas é uma variante.  Acho até que é parecido. Só olhando muito de perto para reparar na diferença. A cor é a mesma, o tamanho é igual e o cheiro continua bom.  Pode ser tão contagiante quanto aquilo que chamam de amor. No fim, é só um nome que se dá.  Entendo a importância de batizar as coisas. Podemos inventar um nome, escolher qualquer palavra do dicionário ou criar um idioma. Mas não, não é amor. É uma variante. Uma variante dessas que nasce no peito de gente distraída, desavisada e despreparada feito eu e você.  Um bichinho que a gente alimenta com pequenas maravilhas, como o som da sua voz, o modelo dos seus óculos e esse diastema. Ai, Jesus, o diastema! Uma lástima ser privado dos seus dentes separados.  Mas não é amor. É uma variante. Não acredite se te disserem ser pouca coisa. Mas também não crie expectativas exageradas. É tudo o que eu tenho no momento. É minha maior aposta, minha melhor versão. Vamos deixar rolar essa febre.  Vamos cair de cama por uma semana.  Eu já estou vacinado. E você? Mas, de novo, não é amor. É uma variante.

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