"Normal, Ohio" é cheio de clichês e piadas velhas

Em Normal, Ohio, que estreou quarta-feira nos Estados Unidos, John Goodman faz o papel de um gay que volta para sua cidade natal, no estado de Ohio, e passa a ter que lidar com sua família desajustada.

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Por Agencia Estado
Atualização:

Um dos seriados mais cheios de clichês dos últimos tempos faz sucesso em sua estréia na emissora Fox. Em Normal, Ohio, que estreou quarta-feira nos Estados Unidos, John Goodman faz o papel de um gay que volta para sua cidade natal, no estado de Ohio. Após o retorno ele passa a ter que lidar com sua família desajustada. O roteiro é um festival de piadas velhas, especialmente, piadas velhas de gay. O personagem principal é um gay que deixa Los Angeles, cidade para onde fugiu depois de assumir sua condição sexual. Após o estágio na Califórnia, ele volta para Normal, sua cidade natal. No lugar conservador e caipira, moram seus pais, uma irmã solteirona que se ocupa criando os filhos adolescentes, sua ex-mulher, e o filho, que ele deixou de ver por quatro anos. O apelido de seu personagem é Butch (o nome é William Gamble), que em inglês quer dizer "machão". O episódio de estréia é sobre o reencontro de Butch com seu filho Danny, interpretado por Greg Pitts. Na data, o rapaz está dando uma festa em casa porque foi aceito na universidade de medicina. Em sua volta para casa, especialmente em uma época de comemoração, Butch é mal recebido por sua família, especialmente o pai homofóbico (Orson Bean). Também não aceitam o retorno de Butch a ex-mulher (Mo Gaffney) e a irmã (Joely Fisher), uma grande mal-amada. Os mais receptivos, consequentemente, os menos preconceituosos, são a mãe (Anita Gillette) e os sobrinhos (Julia McIlvaine e Cody Kasch). Essa tensão familiar estabelecida é o ponto de partida para uma série interminável de estereótipos (que passam longe da realidade) e piadas sem graça (como referências a Judy Garland, que já não fazem mais sentido em 2000). A atuação de Goodman também é pouco convincente: em um certo momento ele diz que é uma grande garota, simulando o comportamento de uma menininha. Não tem graça alguma. O seriado - que teve 13 milhões de espectadores em sua estréia, nesta semana - chegou à TV depois de vários meses atribulados, em que ocorreram mudanças no elenco, no roteiro e no conceito em geral. No fim das contas, quando a TV está cheia de personagens e até shows gays (como Will & Grace e Queer as Folk), Normal, Ohio parece um programa sobre o tema feito no início dos anos 70.

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