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Nomeado para Palmares diz que não dará 'suporte algum' para Dia da Consciência Negra

Jornalista Sérgio Camargo afirma que sua gestão trabalhará para 'revalorizar' a princesa Isabel e o dia 13 de Maio, data da assinatura da Lei Áurea, que deu fim à escravidão

Por Mateus Vargas
Atualização:

BRASÍLIA - Nomeado para presidir a Fundação Palmares, o jornalista Sérgio Camargo disse nesta terça-feira, 10, que não dará “suporte algum” para o Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro. Segundo ele, a sua gestão trabalhará para “revalorizar” a princesa Isabel e o dia 13 de Maio, data da assinatura da Lei Áurea, que deu fim à escravidão. 

“No que depender de mim, a Fundação Palmares não dará suporte algum a essa data (Dia da Consciência Negra). Vamos revalorizar o dia 13 de maio e o papel da princesa isabel na libertação dos negros”, afirmou Camargo após uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro. O secretário de Cultura, Roberto Alvim, também esteve na reunião.

Sergio Camargo, novo presidente da Fundação Palmares, na foto do seu perfil do Facebook Foto: Reprodução Facebook

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A nomeação de Camargo foi alvo de crítica do movimento negro. Nas redes sociais ele já afirmou que a escravidão foi benéfica e que o Brasil tem um “racismo nutella”.

A Justiça Federal do Ceará suspendeu a nomeação do jornalista ao comando da Palmares. A Advocacia-Geral da União já apresentou recurso para reverter a decisão. Camargo disse que a decisão de afastá-lo é “absurda” e “política”.

“Claro que tem de acabar o Dia da Consciência Negra, uma data na qual a esquerda se apropriou para propagar vitimismo e ressentimento racial. Não é uma data do negro brasileiro. É uma data de minorias empoderadas pela esquerda, que propagam ódio, ressentimento e divisão racial”, disse Camargo nesta terça.

Ele ainda afirmou que nunca negou a existência do racismo no Brasil. “É uma deturpação das minhas postagens nas redes sociais.”

Segundo Camargo, porém, o racismo “ não é estrutural, segundo tese da esquerda”. “Ele é circunstancial”. O jornalista ainda afirmou que o pior tipo de racismo é praticado por movimentos de esquerda. “Pelas milhares de pessoas que nas redes sociais estão me chamando de capitão do mato. Uma ofensa racial, uma injúria racial que deve ser levada à Justiça no momento certo. Então, são pessoas racistas e militantes da esquerda que me chamam de capitão do mato. Esses sim, os piores racistas do brasil”, disse. 

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