No palco, a densidade de Clarice Lispector

A elogiada montagem do texto denso de Clarice Lispector A Paixão Segundo G.H., solo da atriz Mariana Lima, sob direção de Enrique Diaz, estréia este fim de semana em São Paulo

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Por Agencia Estado
Atualização:

Muitos se aventuraram a transpor a obra da escritora Clarice Lispector para o palco. Raros alcançaram algum êxito. A montagem de A Paixão Segundo G.H., solo interpretado pela atriz Mariana Lima, sob direção de Enrique Diaz, com adaptação de Fauzi Arap resultou num desses casos raros de feliz transposição de linguagem. O espetáculo - que cumpriu temporada no Rio onde angariou excelentes críticas - estréia sábado no Sesc Belenzinho. O monólogo terá sessões somente aos sábados e domingos. A encenação de Diaz ocupa um espaço não convencional para um público limitado a 60 pessoas. Esse é o primeiro acerto da montagem. Não se tentou ´popularizar´ Clarice. Não há facilitações. É um espetáculo para os amantes da obra da escritora. "Desde o início sabíamos que não seria um espetáculo para grande público", afirma Diaz. Na concepção de Diaz, o público se acomoda num closet, entre chapéus, jóias, sapatos, araras com roupas, onde é recebido por Mariana Lima, encarnando G.H. "Vou criar o que me aconteceu. Só porque viver não é relatável. Viver não é vivível. Eu vou ter de criar sobre a vida", escreve Clarice. Frases que Mariana Lima diz diretamente ao espectador ainda no closet. O espectador é convidado a compartilhar a experiência de vida que Clarice recriou e refazer, com a atriz, os caminhos de sua paixão - passando pela cozinha, corredor, área de serviço e quarto de empregada. Serviço - "A Paixão Segundo G.H". Adaptação de Fauzi Arap para texto de Clarice Lispector. Direção Enrique Diaz. Duração: 75 minutos. Sábado e domingo, às 21 horas. R$ 20,00. Sesc Belenzinho - Saguão. Avenida Álvaro Ramos, 915, São Paulo, tel. (0xx11) 6602-3700. Até 1.º/6.

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