"No Limite": a última ceia antes de a onça beber água

Os doze participantes da segunda versão da gincana da Globo comparecem a jantar que marca a estréia da atração e parodia a reunião de Cristo e seus apóstolos, retratada por Leonardo Da Vinci

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Por Agencia Estado
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Os doze participantes da nova versão do No Limite, que estréia neste domingo, recriaram a cena do quadro Última Ceia, de Leonardo Da Vinci, ao participarem do último jantar a que tiveram direito antes do início das provas. Fazendo referência aos doze apóstolos que se reuniram em torno de Jesus para uma refeição de pão e vinho, eles se sentaram à mesa com o apresentador Zeca Camargo para jantar um prato típico da região mato-grossense: peixe-pêra recheado com farofa de couve. A festinha de confraternização foi fechada aos jornalistas e vai ser exibida pela Globo no Fantástico, pouco antes da estréia do programa. Sem contar com a presença de repórteres, a assessoria de imprensa da emissora se encarregou de fotografar o evento, anotar depoimentos dos "convidados" e encaminhar as informações aos jornais e revistas. Poucas pistas - O objetivo de tanto sigilo é evitar que os concorrentes sejam entrevistados e divulguem detalhes de sua vida pessoal - o que poderia levar os jornalistas até seus familiares. A Globo quer impedir que a imprensa divulgue o nome dos participantes eliminados antes que os episódios correspondentes sejam levados ao ar. Os jornalistas têm poucas pistas deixadas pela emissora para tentar chegar aos parentes e amigos dos concorrentes. Sobre Danilo, um dos participantes, por exemplo, a Globo só revelou que ele nasceu em Montes Claros, Minas Gerais, e que trabalha como açougueiro. Mesmo depois que forem eliminados, os concorrentes terão de ficar isolados da imprensa, descansando das agruras da selva num hotel sofisticado - cujo nome, obviamente, é mantido em segredo - até o fim do programa. A distância dos jornalistas poderá até desagradar alguns participantes que sonham com a fama. "O fundamental não é bem o prêmio", diz Danilo em um texto divulgado pela Globo. "É estar no programa. Prazer mesmo é aparecer na televisão". Antero, o único concorrente escolhido pela Internet, acrescenta. "A gente passa a ser um pouco imortal." Os participantes da primeira edição de No Limite tentam até hoje se manter na mídia, sonhando com convites para trabalhos na tevê ou em campanhas publicitárias. Mas isso não significa que todos os que se propõem a participar da atração estejam à procura de sucesso e dinheiro. "Estou em busca de mim mesma", filosofa a baiana Liths. "Encaro tudo como uma grande aventura", desconversa o goiano Leo, candidato mais apropriado ao posto de galã da atração. Quando as duas equipes da gincana, Araras Vermelhas e Lobos Guarás, começarem a se enfrentar no horário nobre, ser o mais bonito ou o mais culto pode representar pouco. Em No Limite, cada concorrente olha para o outro como um Judas Iscariotes em potencial. "Não quero esperar muito para evitar frustrações. Espero que não ocorram aquelas brigas do primeiro programa", torce a participante Eliane. Mas os conflitos são inevitáveis. E são justamente eles a maior graça do programa. É isso o que o público espera ver quando se sentar na frente da televisão no domingo: o circo pegar fogo.

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