No CCBB do Rio, gravuras feitas para publicação histórica

Rio mostra 20 obras encomendadas pelo banco para ilustrar seu relatório anual

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Por Agencia Estado
Atualização:

O Centro Cultural Banco do Brasil do Rio acaba de inaugurar em seu foyer a mostra O Banco do Brasil e as Artes Gráficas, que reúne 20 gravuras feitas por importantes nomes da gravura. Com curadoria do artista plástico Luiz Geraldo Dolino, a exposição tem como mote o relatório anual de atividades realizado pelo banco em 1972, uma edição que se transformou num marco nesse tipo de publicação empresarial. Na época, o Banco do Brasil convidou um time de dez artistas - Anna Bella Geiger, Anna Leticia, Darel Valença Lins, Edith Behring, Fayga Ostrower, Iberê Camargo, Isabel Pons, Marcelo Grassmann, Maria Bonomi, Newton Cavalcanti e Ubi Bava (autor, também, da capa) - para criarem obras exclusivas para figurar na publicação. "Naquela época, a gravura era o segmento pelo qual o Brasil era mais conhecido no exterior, até hoje é um segmento premiado", diz Dolino, que em 1972 participou da equipe que concebeu o relatório inovador, em forma de uma revista. A publicação, afirma Dolino, era uma obrigação legal das sociedades anônimas desde a década de 1960. Mas para a edição de 1972, o Banco do Brasil quis fazer algo que transformasse sua linguagem visual. Para tanto, colocou uma equipe para pensá-lo de forma diferente: ficou inovador tanto por trazer as obras originais quanto por seu projeto em termos de design gráfico. Foi um marco também porque até mesmo o logotipo do Banco do Brasil que conhecemos até hoje foi desenhado na ocasião, como conta Dolino. Mas, em se tratando das gravuras, o conjunto reunido na época era de grande importância. No total, foram feitas dez obras, cada artista criou uma. "Eles ficaram livres para conceber as gravuras e há uma diversidade de linguagens no conjunto. Uns eram abstratos mais formais, outros, informais, havia também os figurativos, e cada um era de uma região do Brasil, mas, principalmente, de São Paulo", diz Luiz Geraldo Dolino. Ao mesmo tempo, as matrizes também foram adquiridas pelo banco como parte do conjunto e elas também poderão ser vistas agora na exposição. A mostra não se encerra nos trabalhos produzidos em 1972, é completada por mais dez obras, uma de cada artista, realizadas em outros períodos, maneira de fazer um diálogo e de apresentar um pouco do percurso desses criadores, alguns deles já mortos. Essas gravuras de outras épocas são originárias de coleções particulares. A mostra ficará em cartaz até dia 25 de março e depois vai percorrer outros espaços do Banco do Brasil, como diz Dolino. Seminário Ainda como parte da exposição, ocorrerá no CCBB do Rio, nos dias 6 e 13, o seminário A Imagem Empresarial, O Design e A Cultura, coordenado pelo designer João de Souza Leite, professor da PUC-Rio e da Escola Superior de Desenho Industrial da UERJ. No dia 6, às 18 horas, será a mesa Imagem Empresarial e Design, formada pelo jornalista George Vidor, pelo importante designer Alexandre Wollner e pelo arquiteto Luciano Deos. Já no dia 13, o tema discutido será Imagem Empresarial e Cultura, também às 18 horas. Participarão da mesa-redonda a artista Maria Bonomi e o crítico Paulo Sergio Duarte. O seminário é aberto ao público. Interessados podem adquirir mais informações pelo telefone (21) 3808-2020.

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