PUBLICIDADE

'No Brasil, eu não teria a vida que tenho'

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Filha de professora de balé, a recifense Aurora faz parte do mundo da dança desde criança. Ex-aluna do Bolshoi, em Joinville, foi 3.º lugar no YAGP 2007. Desde então, passou por Cisne Negro e São Paulo Companhia de Dança. Hoje, bailarina do Washington Ballet, se prepara para fazer dois papéis principais em Giselle.Como foi a sua experiência no Youth America Grand Prix?Soube do concurso em 2006, quando a brasileira Isabela Maylart ganhou e gerou furor no Brasil. Quando participei, o YAGP já era grande, mas acho que nos últimos anos ganhou mais visibilidade.Após o concurso, fui selecionada para dançar na gala. Foi um presente, bem no dia em que completei 19 anos. Lembro-me de estar com grandes bailarinos, como Aurélie Dupont, e pensei "estou dividindo o palco com essas pessoas incríveis!". Foi aí que percebi que era possível chegar lá.Que convites surgiram após a sua participação?Ainda durante a seletiva em São Paulo, recebi um convite para a Companhia Nacional de Bailado, de Portugal. Não aceitei, porque o grupo focava apenas em contemporâneo, e eu queria investir também em clássico. Em Nova York, o diretor do Washington Ballet me chamou para um curso de verão. Fiz as aulas e, depois, acabei ficando por lá.Como você vê as políticas de dança do Brasil?O Brasil tem poucas companhias que dão uma boa condição de vida aos bailarinos. Aqui nos EUA há muito mais vagas. Se eu continuasse morando aí, não teria a vida que tenho hoje. Vejo que o número de bailarinos tem crescido, mas as oportunidades não acompanham. Faltam incentivos do governo e mobilização das pessoas. Qualidade o brasileiro tem, mas, sem dinheiro, não dá para fazer nada. /M.B.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.