Netflix lança 'Um Drink no Inferno' semana a semana

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Por JOÃO FERNANDO
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Mais que reviver uma história de sucesso do cinema, a missão tensa dos atores da série Um Drink no Inferno é encarnar personagens vividos por George Clooney e Quentin Tarantino no longa de 1996. "Claro que me senti um pouco intimidado, pois é um papel popular e bem executado. Porém, eu me sinto seguro por estar com o Robert (Rodriguez) e não um outro diretor. É ele voltando ao próprio trabalho", minimiza D. J. Cotrona, que interpreta Seth Gecko, encarnado por Clooney.O ator garante não ter conversado com o galã sobre a série e o personagem. "Eu ficaria apavorado. Se eu tivesse isso na cabeça, não conseguiria. Estou fazendo o meu melhor. É o mesmo personagem, mas em outra versão", disse ao Estado por telefone. "As pessoas perguntam se ficamos preocupados. É uma oportunidade de revisitar um personagem icônico. Eu sempre me senti confortável com isso porque o Robert dirige a série e dirigiu o filme. Ele mostra como devo fazer", desconversa Zane Holtz, sucessor de Tarantino.Para os protagonistas, a série de dez episódios terá fôlego para reproduzir a história, que durou cerca de uma hora e meia na telona. "Ela é contada em tempo real, temos dez horas. Cada momento realmente importa, a situação fica mais tensa", justifica Holtz. "Não é só o filme cortado em dez pedaços, há uma construção. Em alguns momentos, parece familiar, mas 90% do que estamos fazendo é diferente, estamos indo para o nosso mundo. Seremos severamente comparados, mas o público vai ver nossa identidade", defende ainda Cotrona.Diferentemente do que costuma fazer com outras séries do Netflix, cujas temporadas estreiam de uma vez, Um Drink no Inferno terá episódios semanais, o que contraria o binge-watching, hábito dos espectadores de sentar no sofá para assistir a tudo sem parar. "O problema é a frustração. É preciso ter paciência para ver o outro. Eu adoro binge-watching, vi House of Cards e Orange Is the New Black assim. Acho que vamos ver isso mais e mais, é uma maneira de satisfazer o público e fazê-los ver séries", conta Cotrona. Zane Holtz não tem ideia de como o público vai reagir ao esquema da série. "Algumas pessoas assistem só a uma parte, outras esperam tudo ser lançado para ver. Há muita liberdade. Hoje, as narrativas estão mais fortes, o que torna as séries mais propensas a serem vistas de uma vez. Vamos ver se as pessoas vão ver todas as semanas ou esperar para ver tudo de uma vez", analisa o ator, com vontade de vir ao Brasil. "Estou planejando ver a Olimpíada. Quero conhecer o País", entrega.Depois de atuar em filmes como Querido John e G. I. Joe: Retaliação, Cotrona vê oportunidades melhores no mercado de TV. "É uma época interessante. Há muitos realizadores indo para a TV. O que o Robert está fazendo é um exemplo perfeito. Como ator, meu objetivo é achar o que é bom, trabalhar com diretores e atores com quem admiro. Estou feliz em estar vivendo isso."

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