Nem Um Dia se Passa...: exame intimista sobre a morte

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Por AE
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"Esta é a peça com o menor elenco em que já trabalhei." Quem se diverte contando é um animado Edson Celulari. De fato, o jovem Pedro Garcia Netto é sua única companhia em Nem Um Dia se Passa Sem Notícias Suas, de Daniela Pereira de Carvalho, que estreia hoje no Teatro Cultura Artística Itaim.A peça investiga uma questão que não poderia ser mais universal: a morte. Celulari vive Joaquim, médico bem-sucedido na casa dos 50 anos, que se vê às voltas com a morte do pai. Ele tem de lidar com o triste e duro processo de organizar a vida para prosseguir. É preciso limpar as gavetas, ver o que será guardado, o que será doado, o que será descartado. Em sua companhia está Juliano, o irmão caçula, vivido por Netto. É quando uma revelação surpreendente se dá."Este é um texto intimista, delicado e extremamente bem escrito", avalia Celulari. "É um espetáculo que tem uma imensa capacidade de dialogar com o público. A morte é um acontecimento pelo qual todos nós passamos, mais cedo ou mais tarde - lidar com a perda, as memórias e os anseios."Já faz algum tempo que Celulari tem completa liberdade para escolher os trabalhos em que se envolve. E, neste caso, a escolha revela mais do que pode aparentar à primeira vista. Basta lembrar que sua última aparição no palco foi o multicolorido musical Hairspray - no qual interpretava a loura e esfuziante Edna Turnblad. Era um papel para soltar a voz e os quadris. As informações são do jornal "O Estado de S.Paulo".Muitos e diferentes. Em Nem Um Dia..., no entanto, a chave de interpretação está em um registro bem diferente. "O maior barato da profissão de ator está exatamente aí, em poder ser muitos, em explorar exercícios tão diferentes entre si." Dono de sólida carreira televisiva, pela qual se diz feliz e agradecido, ele explica que é no teatro onde realmente encontra terreno para experimentar os diversos caminhos e possibilidades do ofício. "Foi no palco que sempre me encontrei como ator."O processo de criação de Nem Um Dia..., particularmente, veio ao encontro dessas aspirações. "Nós fomos lendo o texto à medida que ele era escrito", conta. "Chegavam algumas páginas, líamos, discutíamos, fazíamos sugestões, ele voltava à autora. Depois chegavam outras, repetíamos o procedimento, e assim o espetáculo foi sendo construído."Ele também revela que houve um desejo deliberado de trabalhar com uma dramaturga nova e brasileira. "Há novos textos florescendo. A Daniela é uma dramaturga de grande talento, com um olhar sensível. Esses trabalhos têm de ser montados, cada vez mais." As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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