Nélida Piñon abre Congresso da Leitura na Espanha

A escritora brasileira lembra dos autores marcantes de sua juventude, como o alemão Kart May e o francês Alexandre Dumas

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Por Agencia Estado
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A escritora Nélida Piñon abriu hoje o 1.º Congresso Nacional da Leitura, na cidade de Cáceres, na Espanha, lembrando os autores que marcaram sua juventude, como o alemão Kart May e o francês Alexandre Dumas. Além de Nélida, outros autores participam do congresso, como o argentino Alberto Manguel e os espanhóis Luis Landero, Luis Mateo Díez, Gustavo Martín Garzo, Fernando Savater, e o filósofo José Antonio Marina. A autora disse que alguns escritores que leu na infância e juventude a ajudaram "a voar, a experimentar novas sensações, a viajar no tempo e no espaço" e, principalmente, a ter um amor imenso pela leitura, escrita e palavra. No ato de abertura do congresso, que será encerrado na sexta-feira pelos príncipes de Astúrias, Felipe de Borbón e Letizia Ortíz, a autora deu a conferência A Epopéia da Leitora Nélida, na qual disse ter nascido escritora e leitora. A autora explicou que os livros a acompanham desde a infância, época na qual "era normal roubar, através dos personagens dos livros, a identidade de outros, ser alguém que me completasse". Nélida Piñón lembrou que escolhia ser Tarzan, o famoso personagem de Edgar Rice Burroughs, e convivia com outras fábulas pelo prazer que tinha com as tramas das outras histórias que lia, e disse que o pai dava a ela muitos livros para que pudesse se tornar a escritora que desejava ser. A escritora falou várias vezes sobre os pais, "generosos e liberais", que concederam a ela o privilégio de ler do supérfluo ao essencial, "de conviver com temas que necessariamente corroem ou engrandecem a imaginação humana". Nélida disse que não conseguiu esquecer os autores que marcaram sua infância, escritores como o alemão Kart May, cuja obra seu pai conservava como um tesouro e que a levou para o oeste americano. Lembrou de Dumas e seu D´Artagnan e o cardeal Richelieu, e de uma conversa que teve com o escritor peruano Mario Vargas Llosa, em Barcelona, em 1972, na qual revivendo a infância e a paixão pela leitura se lembraram deles "correndo pela Place des Vosges (Paris), em busca dos quatro mosqueteiros". O diretor do Instituto Cervantes, César Antonio Molina, e o da Real Academia Espanhola, Víctor García de la Concha, são outros dos intelectuais que farão suas propostas em um congresso que reúne escritores, críticos, editores, educadores, jornalistas, universidades e instituições públicas.

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