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Narrativas sobre um presídio

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Por Redação
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O Memorial da Resistência de São Paulo, abrigado no prédio da Estação Pinacoteca, no Largo General Osório, recebe agora a instalação Liberdade, de Carlos Vergara. É um projeto especial para o artista, tendo como gatilho a implosão do Complexo Penitenciário Frei Caneca, do Rio de Janeiro, ocorrida em julho de 2011. Vergara acompanhou todo o processo de destruição do presídio, criando filmes e fotografias. Mais ainda, produziu pinturas, monotipias (nas quais captura em tecidos e papéis restos e memória do local) e objetos e incorporou, à obra, 32 portas de celas do complexo penitenciário."Toda arte é política quando expande o sensível, amplia a capacidade de se ver o bom e o ruim", já afirmou Carlos Vergara ao Estado, criador da Geração 60. Trazer a instalação Liberdade para o Memorial da Resistência de São Paulo, local que abrigou a seção paulista do Departamento de Ordem Política e Social entre 1940 e 1983, reitera o caráter político da obra.A instalação do artista, que vive no Rio, faz, com todos os seus elementos, evocar "narrativas que não se impõem como descrições definitivas da história de uma instituição punitiva", escreve o curador Moacir dos Anjos. "Ao afirmar a inescapável opacidade da prática do testemunho, Carlos Vergara oferece, ao contrário, a possibilidade de que aquele a quem endereça seu trabalho possa imaginar o que aconteceu ali, e dessa maneira reter a memória de algo que não viveu", continua Moacir dos Anjos. A exposição é acompanhada de catálogo, em formato de jornal. / C.M.

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