Napster por assinatura: saída de risco

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Por Agencia Estado
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Enquanto enfrenta uma batalha judicial contra a indústria fonográfica, acusado de violar os direitos autorais de artistas e gravadoras, o Napster, serviço de troca de arquivos de música pela Web, quer agora tentar fazer acordos com as empresas de música para tentar tornar o serviço legal e, ao mesmo tempo, lucrativo. Tanto as empresas musicais quanto o Napster ganhariam com a parceria. Mas apesar de seus 32 milhões de usuários, a tecnologia oferecida pelo site pode não ser a ideal para um negócio rentável. A tecnologia ponto-a-ponto permite que os usuários armazenem os arquivos de música baixados dos servidores do Napster e compartilhem entre si, transformando seus próprios computadores em servidores. O analista Aram Sinnreich, da Jupiter Communications, acredita que esse pode não ser o momento para o Napster fazer acordos com as empresas musicais. "A grande dificuldade é distribuir os lucros. Há diversos tipos de direitos envolvidos com música: direitos pagos por apresentações, direitos das gravadoras e direitos autorais. As empresas têm que estar dispostas a trabalhar juntas." O vice-presidente executivo do diretório de músicas on-line Uplister, Jeremy Silver, ex-executivo da EMI, disse que uma das defesas legais do Napster parece estar em conflito com a proposta de pagar licenças às empresas de música. O advogado de defesa disse que não é possível saber o conteúdo de todos os arquivos MP3 compartilhados pelos usuários. Portanto, Silver conclui que o Napster quer pagar, mas não sabe quem deve receber. Desafios - A tecnologia ponto-a-ponto usada pelo Napster cria alguns desafios técnicos que serão levados em conta caso o serviço passe a ser cobrado. A qualidade dos arquivos MP3 deve ser garantida, e será necessário rastrear a utilização das músicas para os direitos autorais e as gravadoras poderem ser pagos. Além disso, para os usuários poderem localizar e trocar músicas entre si, é preciso estabelecer um padrão. "Se o usuário nomeia o arquivo com o nome da banda escrito errado, o registro do arquivo ficará errado e ele não poderá ser identificado. Não tenho certeza se o uso da tecnologia ponto-a-ponto é a mais indicada", disse Silver, da Uplister. "Pode ser a forma mais barata, mas não a mais confiável." Sinnreich, da Jupiter, fez uma pesquisa com os usuários sobre o que achavam de pagar por um serviço como o Napster. Ele descobriu que os usuários estão dispostos a pagar, desde que o serviço ofereça mais recursos e seja melhorado. As maiores preocupações foram em relação à qualidade do MP3 e à proteção contra vírus.

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