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Na vida e na morte, princesa Diana abalou a Casa de Windsor

Mesmo os especialistas da família real que não gostavam da Lady Di reconhecem: ela mexeu com a monarquia

Por Paul Majendie
Atualização:

Os especialistas nem sempre foram benevolentes com a princesa Diana nos dez anos passados desde sua morte, em um acidente automobilístico em Paris, em 31 de agosto de 1997, mas nenhum deles negaria que a "princesa do povo" abalou a Casa de Windsor. Entre os observadores da família real que acompanharam a novela vivida pela mulher mais fotografada do mundo, poucos põem em dúvida o efeito que ela exerceu na monarquia, convencional e rígida. "Ela estremeceu a monarquia", disse a ex-correspondente da família real na BBC Jenni Bond. "Estava decidida a ser menos distante do povo, e ela liderou por seu exemplo." "Mais tarde, a rainha disse que havia lições a serem aprendidas com a morte de Diana. E isso vem acontecendo lentamente. Não houve mudanças maciças - é uma questão de evolução, não de revolução." Diana defendeu uma série de causas --aidéticos, leprosos e vítimas de minas terrestres -, que, devido a sua fama, se tornaram notícia de primeira página. "A família real não é estúpida. Ela viu o efeito que Diana estava exercendo e percebeu que tinha pecado pela omissão", disse a biógrafa real Penny Junor. "Diana esteve por trás de muitas modernizações. O jeito como as coisas são feitas hoje foi profundamente influenciado por ela." Biografias O 10.º aniversário da morte de Diana levou à publicação de pelo menos uma dúzia de livros sobre a princesa, que vão desde biografias até livros com críticas arrasadoras. Sarah Bradford, autora de um estudo sério da princesa, disse que a atitude de Diana em relação à fama era paradoxal. Ela lamentava os paparazzi que a assediavam, mas, ao mesmo tempo, cultivava assiduamente seus contatos nos tablóides. E havia seu casamento de conto de fadas com o príncipe herdeiro Charles, que terminou em divórcio litigioso realizado sob os holofotes da mídia. Que biógrafo poderia resistir a tudo isso? Depois de escrever três livros sobre os Kennedy, o biógrafo americano Christopher Andersen escreveu sobre Diana, argumentando: "Como resistir a essa história? É a família real britânica, a novela que dura há mais tempo em todo o mundo". Uma década após a morte da princesa, os britânicos se espantam com a maneira emotiva como choraram a morte de Diana - capturada no filme "A Rainha", visto como tendo levado ao aumento da solidariedade pela rainha Elizabeth, interpretada por Helen Mirren. "Mirren e ''A Rainha'' fizerem muito em termos de popularidade global", disse Robert Johnson, que cobre a família real para o jornal Evening Standard. "Mas acho que ninguém nunca conseguirá equiparar-se à fama, ao impacto e à notoriedade de Diana."

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