Na estante da semana, uma análise do polêmico processo de privatização das telecomunicações na Itália

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Por Agencia Estado
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"O Caso Telecom" acaba se revelando uma história repleta de crimes. E mais: Taylor, o americano considerado o ?pai da administração cientítica?; o Egito antigo, em páginas ilustradas; textos de Vinícius de Moraes, apresentados com pinturas e fotografias... UMA HISTÓRIA VERDADEIRA, E REPLETA DE CRIMES. MUITOS CRIMES. Um título ameno, mas de subtítulo instigante: O mais grave escândalo político-financeiro da Itália contemporânea. Em O Caso Telecom (323 páginas, R$ 49,90), lançado no Brasil pela Editora Objetiva, Giuseppe Odo e Giovanni Pons, dois conceituados jornalistas italianos, apresentam uma análise do polêmico processo de privatização das telecomunicações na Itália e de seus muitos desdobramentos. Com base em entrevistas e encontros com empresários, os dois mostram como a Telecom Itália, uma empresa que parecia chave para o futuro da economia de seu país, transformou-se em modelo de instabilidade. Uma antologia de crimes. Corrupção, tráfico de influência, lavagem de dinheiro, inúmeros processos por propaganda enganosa e concorrência predatória. Essa é a imagem da Telecom Itália na Europa e nos Estados Unidos. Na América Latina a empresa está presente no Brasil, Chile, Argentina, Peru, Venezuela, Cuba e Bolívia. Usa por aqui, segundo os jornalistas, os mesmos métodos pelos quais vem sendo sistematicamente condenada pela Justiça italiana. No Brasil, a Telecom, enquanto acionista da Brasil Telecom, negociou a compra da Companhia Riograndense de Telecomunicações (CRT) sem autorização dos demais sócios e pagou US$ 250 milhões a mais do que a empresa valia. Quando a TIM iniciou suas operações com o sistema GSM, a Telecom Itália foi obrigada, por força de lei, a retirar-se do conselho da Brasil Telecom. A POESIA DE BUENO DE RIVERA, NUMA SELEÇÃO DE AFFONSO ROMANO. Uma seleção dos elogios (e foram muitos) à poesia de Bueno de Rivera. O crítico Sérgio Milliet, por exemplo, diz coisas assim: "A poesia de Bueno de Rivera alcança, em inúmeros poemas, uma consistência rara. Menos pelo ritmo do que pelas imagens, é ela extremamente rica. E, pela temática atualíssima, tanto a de participação como a de inquietação individual, assinalam seus versos um ponto mais alto na moderna poesia brasileira." O elogio do grande Álvaro Lins: "A obra de Bueno de Rivera, pela substância e pela forma, é das mais consideráveis e marcantes da poesia brasileira." O de Sérgio Buarque de Holanda: "É certamente uma das figuras mais extraordinárias de sua geração." Haja aplausos! Dentro da sua coleção Melhores Poemas, dirigida pela escritora Edla van Steen, a Global Editora está lançando a antologia Melhores Poemas de Bueno de Rivera (159 páginas, R$ 22,00), um mineiro de Santo Antonio do Monte considerado um dos melhores poetas da chamada Geração 45, ao lado de João Cabral Melo Neto e Ledo Ivo. A antologia foi organizada pelo também mineiro e também poeta Affonso Romano de Sant?Anna. QUEM FOI TAYLOR? A RESPOSTA ESTÁ NESTE LIVRO DA PIONEIRA. Em dicionários de Economia ou de Administração, o nome dele está sempre presente: Frederick Winslow Taylor, engenheiro norte-americano (1856-1915) considerado o Pai da Administração Cientifica. A referência, aliás, está também no epitáfio de seu túmulo em Gemantown, nas cercanias da Filadélfia. Com ele, nasceu o taylorismo Eis o verbete que lhe coube na Grande Enciclopédia Larousse Cultural: "Na prática, desde os fins do século XIX, os princípios de organização cientifica do trabalho, segundo Taylor, giram em torno de três idéias centrais: a importância essencial da preparação do trabalho (e seu corolário, a distinção radical entre concepção e execução); a pesquisa sistemática de economia de gestos e de movimentos. A utilização máxima da máquina". Pois bem, a criatividade do engenheiro da Filadélfia está agora nas livrarias do Brasil, nas páginas de Gestão Empresarial: de Taylor aos Nossos Dias, lançado pela Pioneira. Uma editora que, aliás, acaba de mudar de nome: agora chama-se Thomson. O livro (256 páginas, R$ 70,00) é de autoria de três professores da Universidade de São Paulo: Ademir Antonio Ferreira, professor-doutor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade; Ana Carla Fonseca Reis, mestre em Administração de Empresas e bacharel em Ciências Econômicas pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade; e Maria Isabel Pereira, formada em engenharia Mecânica pela Escola Politécnica. UM GRANDE BOBO, SIM. MAS UM CONSELHEIRO DE EXECUTIVOS. Um bobo sarcástico, e que só tem um compromisso: falar exatamente o que lhe vem à cabeça. Esse é o protagonista de Bobo da Corte, um novo livro do economista e consultor de empresas Leonardo Vils, lançado pela Negócio Editora. Um livro que mergulha no mundo dos negócios e, com muita irreverência, propõe uma reflexão sobre a postura dos executivos nas empresas. Vils explica a postura do bobo. "Não resta dúvida de que ele fala muita besteira, é agressivo e tem a boca suja. Por outro lado, tenho certeza absoluta de que o que ele espera de todos nós é que paremos para pensar no que estamos fazendo, que não façamos nada automaticamente e não nos deixemos atropelar pelo sentimento de normalidade diante do mundo, diante do meio empresarial e diante da vida, como se não pudéssemos fazer nada para mudá-los e como se não fôssemos protagonistas de nossas vidas", diz o economista. Com perspicácia, o autor lança mão em Bobo da Corte (224 páginas, R$ 33,00) de um personagem que nas cortes medievais divertia reis e senhores mas que, ao mesmo tempo, tinha a capacidade de interpretar os fatos de forma mais profunda e menos política. Portanto, muito mais isenta, simples e direta. A HISTÓRIA DO EGITO ANTIGO, EM MUITAS PÁGINAS ILUSTRADAS. Um livro com o selo da Ediouro. A História Ilustrada do Egito Antigo, do historiador Paul Johnson, é uma análise do desenvolvimento e declínio de uma cultura que sobreviveu três mil anos, mantendo, durante todo esse período, uma notável pureza de estilo. Paul Jonhson demonstra que nenhuma cultura na história mundial possui tamanho requinte quanto a egípcia. A cultura dos antigos egípcios, com a grandiosidade de suas construções e seus particulares rituais funerários, estimula-nos a fazer perguntas. Por que envolver cadáveres em bandagens? Como transportar grandes tijolos de pedra a alturas tão impressionantes? Com que propósito se dedicar a tamanha realização arquitetônica? Em sua História Ilustrada (404 páginas, R$ 43,80), Paul Jonhson fala muito também da peculiar geografia do Egito. Aliás, é quase impossível falar do antigo Egito sem mencionar sua situação geográfica. Os fatores físicos de sua localização, como: a circunscrição do deserto, o ritmo do Nilo e seu vale produtivo deram aos egípcios e à sua cultura características fundamentais (estabilidade, permanência e isolamento). Houve uma época que todo o Egito era habitável, mas, com o passar do tempo, as chuvas diminuíram e os desertos aumentaram num tamanho considerável, obrigando os egípcios a se deslocarem para os oásis... Sobretudo o vale do Nilo. Lá, encontraram água e também excelentes depósitos aluviais e fertilização. UMA MINI-ANTOLOGIA DO GRANDE POETA VINICIUS DE MORAES Um livro em que estão versos como os de Eu sei que vou te amar, a canção de Vinícius de Moraes, com música de Antonio Carlos Jobim. Eu sei que vou te amar. Por toda a minha vida eu vou te amar. Em cada despedida eu vou te amar. Desesperadamente eu sei que vou te amar. O Poeta Não Tem Fim, lançado pela Vergara & Riba Editoras (105 páginas, R$ 27,00), apresenta um panorama da ampla obra do poeta, uma visão que abarca todas as fases da sua produção literária, incluindo poemas, letras de canções e fragmentos de prosas. Os textos selecionados de Vinicius são apresentados em conjunto com magníficas pinturas e fotografias, que compõem como que uma moldura especial a suas palavras. Sobre Vinícius e sua obra muito já se disse e se escreveu. O poeta Manuel Bandeira, por exemplo, o via como uma força criadora sem precedentes na nossa literatura e afirmava: "Vinicius de Moraes tem o fôlego dos românticos, a espiritualidade dos simbolistas, a perícia dos parnasianos e, finalmente, homem de seu tempo, a liberdade dos modernos".

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