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Na estante da semana, os Brasis ideais de Menotti del Picchia

Por Agencia Estado
Atualização:

Os poemas do escritor, empresário e jornalista estão em edição da Global. E mais: as condições da democracia no mundo atual, uma discussão sobre as agressões ao meio ambiente, as viagens e os amores de Pablo Neruda... OS MELHORES POEMAS DE MENOTTI DEL PICCHIA, COM O SELO DA GLOBAL. Um novo livro da coleção Melhores Poemas, da Global Editora, acaba de chegar às livrarias. Agora, o paulistano Paulo Menotti del Picchia. Um paulistano que, aliás, além de poeta, era empresário (industrial e banqueiro) e jornalista e freqüentou também as páginas dos jornais como político: deputado federal e estadual. No jornalismo, durante a década de 20, fez uma espécie de "Diário do Modernismo" em que contou todas as peripécias e lutas daquela geração de escritores. Foi membro da Academia Paulista de Letras e da Academia Brasileira de Letras. Como intelectual, liderou, ao lado de Mário e Oswald de Andrade, o Movimento Modernista. A seleção dos poemas coube a Rubens Eduardo Ferreira Frias, professor de Literatura Espanhola e Hispano-Americana da Universidade Estadual Paulista, a Unesp. Na apresentação, ele presta esta homenagem ao poeta: "(...) Menotti del Picchia viveu, amou, escreveu com dignidade. Algumas vezes admirado, outras combatido, merece ser lido e respeitado. Talvez suas escolhas políticas não tenham sido sempre as melhores, mas sua poesia e sua literatura afirmam sua presença no Brasil de seu tempo e nos Brasis que idealizou, de forte sol tropical visitando às vezes por vagas ondas do mediterrâneo". No livro (240 páginas, R$ 36,00) estão sete poemas inéditos. Entre eles, Liberdade, do qual recolhemos este belo fragmento: Sobre o peitoril da janela uma gaiola vazia. Vem no ar um perfume das magnólias. Num galho florido um pássaro canta... EM DISCUSSÃO, AS AGRESSÕES AO MEIO AMBIENTE. Umas poucas linhas da apresentação de A Década do Impasse, o livro de Washington Novaes que a Estação Liberdade acaba de lançar, em parceria com o Instituto Socioambiental, já definem a sua abrangência. Nelas, diz Washington: "Ao mesmo tempo, ao longo de quase 50 anos de jornalismo e de vida, deu para aprender que não é possível fazer de conta que a chamada problemática ambiental seja separada do econômico, do político, do social, do cultural. Todos os empreendimentos públicos e privados acontecem no concreto ? no solo, na água, no ar que respiramos, entre os seres vivos ? ou nele repercutem. Teremos que rever tudo, repensar os padrões e a lógica do consumidor, reinventar nossos modos de viver. E para isso precisamos levar para o centro e o início de nossas políticas públicas e planejamentos privados as chamadas questões ambientais ? que, é preciso repetir, são políticas, econômicas, sociais e culturais." O livro de Washington Novaes (384 páginas, R$ 40,00), atualmente colunista de O Estado de S. Paulo e de O Popular (de Goiânia, GO, onde reside) reúne 82 artigos sobre dezenove temas, publicados pelo jornalista em três diários nacionais (Jornal do Brasil, Gazeta Mercantil e O Estado de S. Paulo) entre abril de 1988 e junho de 2002. São análises curtas, claras, sobre assuntos complexos, além de constituírem uma extensa compilação de dados e informações sobre questões socioambientais no país. A produção do livro começou com uma árdua empreitada. Para chegar à seleção de artigos, o autor aceitou o desafio proposto pelo Instituto Socioambiental e colocou à disposição seu arquivo pessoal para um inventário dos cerca de 400 artigos produzidos no período. A íntegra do inventário aparece num índice no final de A Década do Impasse. Washington Novaes, bacharel em Direito pela Universidade de São Paulo, é jornalista há mais de 45 anos. Foi repórter, editor, diretor e colunista em várias das principais publicações brasileiras, entre os quais os jornais Folha de S. Paulo, Última Hora e Correio da Manhã e as revistas Veja e Visão. E O FRANCÊS JEAN-MARIE GUÉHENNO VOLTA A FALAR DE DEMOCRACIA. Umas das muitas perguntas nas quais insiste Jean-Marie Guéhenno, professor do Institut d?Études Politiques de Paris. ? O que significa ser democrata atualmente? ? Como construir as comunidades políticas do futuro? ? Qual será então o alicerce dessas comunidades? Em O Fim da Democracia, publicado em 1994 pela Bertrand Brasil, Jean-Marie exibiu o atestado de óbito do regime e indagou se a democracia sobreviveria após 2000. Agora, em O Futuro da Liberdade, o autor tenta estabelecer as novas condições da democracia dentro da globalização. Analisa os circuitos do poder na era digital e redefine os desafios de um debate democrático moderno. "A globalização faz de nós órfãos, pois não mais herdamos uma comunidade, pelo acaso do nascimento. Temos que construir a comunidade", diz ele. O livro O Futuro da Liberdade (192 páginas, R$ 29,00), tradução de Rejane Janowitzer, é um lançamento da Bertrand Brasil. UM NOVO LIVRO SOBRE A BÍBLIA. AGORA, EM EDIÇÃO DE LUXO. Um pouco da história do autor de O Livro de Ouro da Bíblia, lançado pela Ediouro. Vale a pena saber quem é J. W. Rogerson, o inglês que teve agora o seu livro traduzido no Brasil por Talita M. Rodrigues. Rogerson nasceu na cidade de Londres, em 1935, estudou Teologia em Manchester e línguas semíticas em Oxford e Jerusalém. No período compreendido entre 1979 e 1994, foi professor e chefe do Departamento de Estudos Bíblicos da Shefield University, aposentando-se em 1996. Ele é também ministro angelicano e Canon Emeritus da Catedral de Shefield. Uma bela biografia. O Livro de Ouro da Bíblia (440 páginas, R$ 49,00) responde a algumas perguntas fundamentais. Por exemplo: a) Quem, realmente, escreveu a Bíblia, quando e por quê? b) Até que ponto as traduções são fiéis ao que os autores escreveram? c) Como a bíblia está sendo usada hoje? Vale a pena ler Rogerson. AS VIAGENS DE NERUDA, DESDE A JUVENTUDE. E TAMBÉM AMORES DO POETA. Em Pelas Praias do Mundo, lançado pela Bertrand Brasil (320 páginas, R$ 42,00) estão textos inéditos do poeta chileno Pablo Neruda. O livro, traduzido por Mário Pontes, recria a vida de Neruda em suas viagens desde a juventude e conta também histórias de seus amores, atividades, publicações e compromissos ditados pela cidadania. Reúne algumas notas, conferências, artigos e textos que evocam momentos de sua longa trajetória. O escritor fala de coloridos e barulhentos mercados de velhas cidades do Oriente, da boemia juvenil nas noites de Madri e da cozinha que a Hungria tem para oferecer aos seus visitantes. Escritos nos mais diversos lugares do Chile, da América e do mundo, os textos recriam a vida do homem e do poeta. Pablo Neruda, pseudônimo de Neftalí Reyes Basoalto, nasceu em 12 de julho de 1904, em Parral, no Chile. Diplomata de carreira, serviu em diversos países, incluindo a Birmânia. Durante a guerra civil espanhola estava em Madri, fato que lhe marcou a vida e definiu a opção ideológica em favor do comunismo, chegando inclusive a se eleger senador pelo Partido Comunista. EM DISCUSSÃO, EM UM LIVRO DA GLOBAL, A FORMAÇÃO DE NOVOS LEITORES. Um livro da pesquisadora espanhola Teresa Colomer, em tradução da jornalista Laura Sandroni. A Formação do Leitor Literário (454 páginas, R$ 49,00) é um lançamento da editora Global. Nele, a autora, professora de Didática da Língua e da Literatura na Universidade Autônoma de Barcelona e autora de trabalhos teóricos na área, demonstra, de forma erudita e bem fundamentada, que os textos destinados aos profissionais que trabalham com a formação de novos leitores, como professores, jornalistas e escritores, apresentam características de uma literatura que relaciona suas qualidades com o conceito social da educação de crianças e adolescentes. A partir de 150 obras publicadas na Espanha, destinadas todas elas às faixas etárias entre cinco e quinze anos, Teresa Colomer estuda as inovações temáticas e narrativas da produção no período de 1977 a 1990, fazendo um paralelo com as criações anteriores e expondo também sua complexidade e fragmentação. O livro mostra também a crescente importância da ilustração e outros recursos não-verbais, a evolução dessas inovações segundo as idades e a capacidade de assimilação da leitura.

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