PUBLICIDADE

Na estante da semana, o governo Lula e os astros

Por Agencia Estado
Atualização:

Três astrólogos falam sobre o presidente. E mais: o historiador Machado de Assis, a cronista Cecília Meireles e um novo Georges Bourdoukan, agora no teatro UMA LEITURA DIFERENTE DE MACHADO DE ASSIS. ELE COMO HISTORIADOR. Sidney Chalhoub, professor do Departamento de História da Unicamp, dedicou alguns anos ao estudo da escravidão e da vida operária no Brasil do século XIX. Posteriormente, começou a se interessar pela obra de Machado de Assis. Em Machado de Assis, Historiador (Companhia das Letras, 344 páginas, R$ 41,00), ele estuda a produção do romancista a partir do contexto social e histórico que lhe deu origem. O autor analisa romances e contos, em busca do sentido das mudanças do período na visão de Machado. A segunda parte do livro trata do funcionário público Joaquim Maria Machado de Assis. Nas décadas de 1870 e 1880, o escritor foi chefe da repartição do Ministério da Agricultura encarregada de acompanhar a aplicação da lei do Ventre Livre, de 1871. Chalhoub identifica as intervenções do romancista nos processos, mostrando que Machado procurava interpretações jurídicas favoráveis ao escravo que se queria libertar. Em seu duplo caminho, de estudo social e análise sintética, Chalhoub segue o percurso de críticos como Roberto Schwarz e John Gledson. Machado de Assis, Historiador propõe uma leitura da obra do escritor baseada na análise de um período decisivo da história brasileira, que Machado descreveu com lógica satírica implacável. MAIS UMA CECÍLIA MEIRELES NO CATÁLOGO DA GLOBAL. AS CRÔNICAS, AGORA. A seleção coube a Leodegário A. de Azevedo Filho, professor emérito da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Vejam o que diz ele sobre as Melhores Crônicas de Cecília Meireles (Global, 384 páginas, R$ 42,00): "Diante da consagração universal da poesia de Cecília Meireles, é natural que se procurem em sua vasta obra em prosa, em particular suas admiráveis crônicas, pontos de contato entre os dois gêneros: poesia e prosa. Na verdade, estamos diante de crônicas que são pura poesia, perfeitamente dignas de ombrear com sua obra poética". Os textos apresentados foram selecionados entre as mais de duas mil crônicas escritas pela autora entre a década de 1930 até sua morte, em 1964, e a escolha recaiu, especialmente, sobre aquelas cujo tema central são as viagens, a educação e o folclore. Estão no livro também algumas outras que, pela ótica do professor Leodegário Azevedo Filho, merecem destaque por serem apresentadas como modelos de crônicas no sentido literário mais amplo. A poeta Cecília Meireles nasceu no Rio de Janeiro, em 1901. Os seus primeiros versos foram escritos quando tinha apenas nove anos. Em 1938, ganhou o Prêmio de Poesia, concedido pela Academia Brasileira de Letras, pelo livro Viagem. Nos anos seguintes, conciliou a produção poética com o trabalho de professora universitária, tradutora, conferencista, colaboradora em jornais e pesquisadora do folclore brasileiro. No catálogo da Global ela figurava, antes das crônicas, em duas outras coleções: Melhores Poemas e Magia Infantil. UMA NOVA ESTRÉIA DE GEORGES BOURDOUKAN. DESSA VEZ NO TEATRO. Um novo Georges Bourdoukan está chegando às livrarias. Depois do sucesso de A Incrível e Fascinante História do Capitão Mouro, um romance em que conta a história de Ali Saifudin, um árabe que se juntou a Zumbi no Quilombo dos Palmares, e de Vozes do Deserto, uma coletânea de contos (os dois também editados pela Casa Amarela) agora chegou a vez de uma passagem pelo teatro. O novo livro é O Apocalipse. Nele (131 páginas, R$ 18,00), está o mesmo humor sabor Bourdoukan de outros escritos. A apresentação coube ao médico e ex-deputado federal David Lerer. Diz ele: "O Apocalipse é um texto de repórter militante, enxuto e direto, sem adjetivos nem gorduras, com ritmo e vitalidade que fazem o leitor não parar até o fim de suas páginas. Mas o autor não se limita aos horrores da guerra entre irmãos, nem ao papel incendiário dos fanatismos ideológicos, nem ao veneno lento da hipocrisia religiosa. Ele vai além, e com ágeis pinceladas descreve, pela boca de Sarah, o mais doce e inteligente de seus personagens (honra às mulheres!), as verdadeiras razões econômicas e políticas do inferno que se abateu sobre o Líbano, mais acolhedor país do Oriente Médio". O jornalista Georges Bourdoukan nasceu em 1943 em Miniara-Akkar, Líbano. Seu nome inteiro é Georges Latif Bourdoukan. Quando completou 10 anos de idade, sua família veio para o Brasil. Terminou os estudos em São Paulo e com 18 anos já estava seguindo a carreira de repórter. Trabalhou no jornal Última Hora, escrevendo sobre o movimento estudantil, o que lhe custou uma prisão quando cobria um congresso da UNE proibido pelo então regime militar imposto pelo golpe de 1964. Em 1974 foi contratado pela TV Cultura. Depois, trabalhou também na Rede Globo. OS SANTOS MAIS VENERADOS DO BRASIL, TODOS ELES. UM LIVRO DA EDIOURO. A autora, Nilza Botelho Megale, é historiadora e museóloga. Nasceu em São Paulo. Antes deste O Livro de Ouro dos Santos, que acaba de ser lançado, escreveu Invocações da Virgem Maria no Brasil, que já está na sexta edição, e mais recentemente Os Santos do Povo Brasileiro. O novo livro (Ediouro, 248 páginas, R$ 34,00) está dividido em três partes. A primeira homenageia Nossa Senhora, a Mãe de Deus. Entre as centenas de títulos atribuídos à Virgem Maria, a autora escolheu os vinte mais populares, alguns venerados no período colonial brasileiro, que continuam cultuados em nossos dias, e outros mais modernos, preferidos atualmente pelos devotos da Mãe Santíssima. Em segundo lugar, colocou, por ordem alfabética, os santos canonizados pela Igreja Católica que possuem capelas no território nacional ou imagens em templos brasileiros. Entre eles estão fundadores de ordens e congregações religiosas, teólogos, escritores, mártires, nobres e pessoas simples e pobres, os quais, por sua vida exemplar, atingiram a glória dos altares. A terceira parte refere-se aos beatos e santos populares, ainda não canonizados pela Igreja, mas que possuem um intenso culto popular. O Livro de Ouro dos Santos, ricamente ilustrado, vem acompanhado do CD Paz Interior, com orações narradas pelo ator Francisco Cuoco. Nele estão também informações sobre sua iconografia, explicando as nuances das imagens encontradas nas diversas igrejas e oratórios brasileiros. O GOVERNO DO PRESIDENTE LUIZ INÁCIO, SEGUNDO TRÊS ASTRÓLOGOS. Um livro que reúne informações no mínimo curiosas sobre o atual momento político brasileiro, e já aposta na reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Foi escrito por três astrólogos: Bárbara Abramo, Lydia Vainer e Maurício Bernis. Em O Governo Lula e Os Astros (Ágora, 112 páginas, R$ 18,80) está, por exemplo, um mapa astral detalhado do presidente, que resultou, segundo os autores, de quatro meses de estudo. "Analisamos fatos de sua vida e fizemos ajustes por meio de uma técnica astrológica chamada retificação horária, que se baseia em analisar fatos ocorridos na vida da pessoa e ajustá-los em relação ao mapa", explica Lydia Vainer. O mapa astral do Brasil também foi traçado. Nas páginas de O Governo Lula e os Astros estão também tabelas com estimativas de períodos críticos e favoráveis e suas conseqüências na economia brasileira, além de um gráfico com tendências para vários setores de atividade ? da agropecuária às telecomunicações, da informática ao turismo e à hotelaria ? entre 2004 e 2006. ESTÁ DE VOLTA A IRLANDESA MARIAN KEYES. EM MAIS UM BEST-SELLER. Depois do sucesso de Melancia, que permanece, desde fevereiro, na lista dos mais vendidos, e já está na oitava edição, chega ao Brasil mais um best-seller da irlandesa Marian Keyes. Nele, Férias (Bertrand Brasil, 560 páginas, R$ 49,00) estão também algumas pinceladas autobiográficas, principalmente capítulos dos anos amargos em que a autora enfrentou a dependência do álcool. No novo livro, a protagonista chama-se Rachel Walsh. Tem 27 anos e a grande mágoa de calçar 40. Ela namora Luke Costello, um homem que usa calças de couro justas. E é amiga ? pode-se mesmo dizer muy amiga ? de drogas. Até que a sua vida desanda, e ela vai parar em uma clínica. Mas, olhando para o lado positivo da coisa, esses centros de reabilitação são cheios de banheiras de hidromassagem, academias e artistas. De mais a mais, bem que já estava mesmo na hora de tirar umas férias. Rachel é levada da dependência química para o terreno desconhecido da maturidade, passando por uma ou duas histórias de amor, neste romance que é, ao mesmo tempo, comovente, forte e muito engraçado. FALAR BEM EM PÚBLICO É IMPORTANTE? ESTE LIVRO RESPONDE QUE SIM. Um livro recheado de fatos reais, histórias engraçadas e, claro, da rica experiência do autor, o Jornalista Heródoto Barbeiro. Falar para Liderar ? Um manual de mídia training, que acaba de ser lançado pela Editora Leitura (176 páginas, R$ 26,00) mostra, entre outras experiências, as trajetórias de dois grandes líderes que se destacaram na sociedade por meio da palavra, arrastando multidões para ouvir o que diziam: Napoleão Bonaparte e Martin Luther King. O livro demonstra que falar em público é algo que se aprende, se conquista. Falar para Liderar traz também inúmeras dicas de oratória, mas, ao contrário de outros livros do gênero, não se limita a isso. Nele são abordadas também diversas técnicas eficazes, ressaltando a importância de cada uma delas. OS LIVROS DE MARCELO RUBENS PAIVA DE ROUPA NOVA. UMA REEDIÇÃO DA ARX. A história contada em Blecaute é esta. Três jovens resolvem fazer uma expedição ao Vale do Ribeira. Uma tempestade os deixa presos por alguns dias e, quando finalmente conseguem sair da caverna, ao chegar em São Paulo, descobrem que todas as pessoas estão paralisadas como se fossem estátuas de um museu de cera e que apenas eles estão vivos. Parecia que um blecaute tinha atingido tudo e todos, e a metrópole se tornado um verdadeiro parque de diversões para o trio. Mas o que acontecerá com eles? Por que só eles teriam sobrevivido? Seria algum tipo de alucinação? O que fariam diante dessa situação inusitada? Um romance próximo ao realismo fantástico, Blecaute (ARX, 208 páginas, R$ 28,00) nos mostra-nos as reflexões de três pessoas diante do mistério que estão vivendo, seus sentimentos e a própria realidade. Um livro inspirado na série de TV americana Além da Imaginação. Em homenagem aos 21 anos da publicação de Feliz Ano Velho, a editora ARX está republicando toda a obra de Marcelo Rubens Paiva. Além de Blecaute, estarão chegando às livrarias, nos próximos meses, também Feliz Ano Velho, As Fêmeas, Não és tu, Brasil, Ua: brari e Bala na Agulha.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.