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Na Estante da Semana, o faroeste, a mídia, Machado?

Por Agencia Estado
Atualização:

A história do faroeste, o gênero cinematográfico americano por excelência. Uma reunião de crônicas de Machado de Assis, que abre uma nova coleção. Uma reflexão sobre o jornalismo dos anos 90, um período de grandes equívocos da mídia, que, em vez de informar, muitas vezes se prestou a pré-julgamentos e condenações. Esses são alguns dos lançamentos de livros indicados por Nicodemus Pessoa. UM RELATO SOBRE 100 ANOS DE TIROTEIOS. AQUELES DO VELHO OESTE. Um livro sobre os filmes que retratam os tempos de tiroteios no Velho Oeste norte-americano. Nele, as respostas para muitas perguntas. Como estas: - Você sabia que: Um dos Djangos mais populares do "Bang Bang à italiana" era um ator brasileiro chamado Anthony Steffen? Que o nome verdadeiro de John Wayne era Marion Michael Morrison? Que Sean Connery, para se livrar do estigma de James Bond, atuou em um filme de faroeste ao lado de Brigitte Bardot? Que o ator-diretor Clint Eastwood começou sua carreira em uma série de faroeste para a TV? Ou ainda que o ator Johnny MacBrown foi relegado aos filmes de faroeste B por ter se envolvido com a namoradinha de um famoso magnata da imprensa norte-americana? Pois bem, as respostas, todas, estão em 100 Anos de Western (Opera Graphica Editora, 148 páginas, R$ 32,00), do ítalo-brasileiro Primaggio Mantovi, que acaba de chegar às livrarias. O livro conta toda a história do gênero, desde seus primórdios, em 1903, até os dias de hoje, passando por fatos históricos que marcaram não só o cinema, mas o mundo de modo geral. Desfilam pela obra grandes personagens como Búfalo Bill, Calamity Jane e Wyatt Earp. Escritores como James Fennimore Cooper e Zane Grey. Diretores como John Ford, Raoul Walsh e Sam Peckinpah. Além de astros e estrelas como John Wayne, Gary Cooper, Gregory Peck, Randolph Scott, Clint Eastwood, Barbara Stanwick, Marlene Dietrich e Maureen O?Hara. EM PAUTA, UMA DISCUSSÃO SOBRE O MARKETING. AFINAL, HERÓI OU VILÃO? A apresentação do livro coube a Júlio Ribeiro, o conceituado publicitário, presidente do Grupo Talent. Diz ele, por exemplo: "Fico feliz em constatar que pessoas como Samuel Szward tenham a lucidez de estudar e preservar em forma de livro os elementos essenciais que caracterizam o marketing de nossa época". De fato, em Marketing: Herói ou Vilão? (Summus Editorial, 138 páginas, R$ 23,00), está, no estilo ao mesmo tempo sério e descontraído de Szward, uma demonstração de como a dinâmica dos mercados e o marketing mudaram. Está um apanhado crítico e elucidativo das idéias e métodos que transformaram, nos últimos anos, o marketing nesse conceito tão controverso e discutido. "Todos começaram a usar o marketing como sinônimo de mentira, de logro", protesta o autor, que, além de advogado e jornalista, é também publicitário e marqueteiro. A sua proposta: "Vamos separar, urgente, o joio do trigo. Se o meu livro conseguir fazer com que as pessoas pelo menos tenham dúvidas, já terei alcançado o meu objetivo", acrescenta ele. NOVA COLEÇÃO DE CRÔNICAS DA GLOBAL. COMEÇA COM MACHADO. Não poderia haver melhor começo ou recomeço. Na nova coleção de Melhores Crônicas da Global o primeiro é Machado de Assis. A direção, de novo, é de Edla van Steen, que, por sua vez, escolheu para selecionar os textos a professora Salete de Almeida Cara. Para melhor situar o leitor, vale lembrar que as crônicas de Machado de Assis têm importância enquanto testemunho histórico, pois foram escritas a partir de 1859, quando o escritor exercia um cargo público, chefiando a segunda seção da Diretoria de Agricultura do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, sendo responsável pelos assuntos ligados às questões sociais e políticas decisivas da época. Suas primeiras crônicas foram publicadas na revista O Espelho, publicação na qual assinava uma coluna sobre crítica teatral. Os textos reunidos nesta antologia (Global, 414 páginas, R$ 45,00) estão ordenados cronologicamente e são apresentados desde 1859, quando o autor, na revista O Espelho, mesmo com sua experiência de porta e dramaturgo, começou a exercitar os primeiros passos nessa modalidade de escrita, até 1897, em A Semana Ilustrada, onde, além do nome, usava o pseudônimo de Dr. Semana. UMA LONGA TEMPORADA DE EQUÍVOCOS NA MÍDIA, SEGUNDO NASSIF. A análise é do jornalista Luís Nassif. Na década de 90, segundo ele, a mídia sofreu uma grave inversão de valores e, em vez de cumprir o papel para o qual foi criada ? o de fornecer a verdade de maneira imparcial ?, prestou-se a pré-julgamentos e condenações, sem ao menos permitir aos "acusados" qualquer tipo de defesa. Para romper com essa lógica absurda, o jornalista dedicou-se a rever muitas das informações que foram vinculadas ? para não dizer impostas ? pela mídia nesse período. Casos como o da Escola Base, da CPI do ex-presidente Fernando Collor, do Bar Bodega, entre outros, são discutidos em O Jornalismo dos Anos 90 (Editora Futura, 320 páginas, R$ 55,00), cujo ponto fundamental é montar um panorama de como a mídia comportou-se e, principalmente, de como deveria ter se comportado para ser mais ética, justa e imparcial. O PROTAGONISTA, AQUI, É O PÊNIS. MAS NADA, NADA DE PORNOGRAFIA. O autor, Paulo Ludmer, é homem de muitos talentos. Um engenheiro que se tornou, primeiro, jornalista, mas depois percorreu muitos outros caminhos: professor, artista plástico, jazista, psicodramatista e consultor de empresas na área de energia. Circuncisão (Espaço Editorial, 80 páginas, R$ 18,00) é a sua quarta andança pelo mundo da ficção. Antes, lançou Linguaçodada (1994), Outrarias (1998) e Ancinhas (2002). Em Circuncisão, ele reúne pequenos contos que desnudam a intimidade masculina. O pênis é o protagonista (ou personagem?) principal, mas tratado sem pornografia, escatologia ou urologia. O livro é um contraposto à banalização do corpo e das qualidades femininas, colocando seus personagens "másculos" nessa mesma tela do deboche e da tristeza, do riso e da tragédia que contorna a vida humana. UM BELO LIVRO. NELE, A HISTÓRIA EXATA DA REVOLUÇÃO RUSSA. Um clássico da literatura política - ricamente ilustrado, com textos comentados e imagens legendadas para facilitar a compreensão dos fatos. Dez Dias que Abalaram o Mundo, do norte-americano John Reed, agora relançado, é uma excelente leitura para aqueles que desejam compreender melhor a Revolução Russa de 1917. O livro é uma das poucas obras existentes que "traça um quadro exato e extraordinariamente vivo", segundo o próprio Lênin, de acontecimentos sucedidos em dias tão distantes, mas que até hoje são capazes de abalar o mundo. Considerado não só o melhor relato sobre a Revolução Russa, mas também o melhor relato que já foi escrito sobre qualquer revolução. Embora o autor seja um comunista confesso, que se envolve com os acontecimentos, abandonando a neutralidade, o resultado é um trabalho capaz de satisfazer tanto àqueles que apoiaram a revolução quanto os que a condenaram. Além disso, Reed não deixa de registrar o dia-a-dia das pessoas durante os acontecimentos, o que torna o livro mais estimulante e próximo da realidade. Organizado em cuidadosa ordem cronológica, retomando inclusive alguns fatos anteriores à revolução, Dez Dias que Abalaram o Mundo (Ediouro, 535 páginas, R$ 59,00) é uma fonte repleta de informações precisas sobre o assunto, que utilizou como base, além das anotações do autor, fontes seguras, como arquivos de jornais e os próprios documentos e publicações oficiais. DANE-SE O POLITICAMENTE CORRETO. AQUI A HOMENAGEM É AO FUMANTE. O primeiro livro de sucesso de Guillermo Cabrera Infante, um intelectual cubano exilado em Londres depois de algum tempo de briga com o governo de Fidel Castro, foi Três Tristes Tigres. Um lançamento dos anos 60. Agora, ele reaparece nas livrarias brasileiras com Fumaça Pura (Bertrand Brasil, 420 páginas, R$ 49,00). A tradução é de Mário Pontes. Fumaça Pura é vários livros ao mesmo tempo: uma história do tabaco que começa com o seu descobrimento, em 1492, por um marinheiro da nau capitânia de Colombo, Rodrigo de Jerez. É também uma celebração do tabaco e do hábito de fumar essa estranha folha e, finalmente, uma rapsódia tendo como centro o charuto, mas com espaço garantido para o cigarro, o cachimbo e o rapé. Além disso, o livro é uma crônica erudita, mas divertida, da relação entre o charuto e o cinema. Não é por acaso que, na capa, aparece a figura de Groucho Marx. EM DEBATE, A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL. Um clássico da literatura ambientalista, agora na sexta edição. Em Educação Ambiental ? Princípios e Práticas está um conjunto de informações fundamentais. A nova edição, revista e ampliada, traz, de forma comentada, os textos básicos das grandes conferências internacionais sobre o tema, promovidas pela Unesco e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente ? Pnuma, em Belgrado (1975), Tbilisi (1977), Moscou (1987) e Tessalônica (1997). Inclui também as conferências brasileiras e documentos nacionais decisivos para o desenvolvimento do processo no país (históricos, cartas, declarações e outros). O livro de Genebaldo Freire Dias (Editora Gaia, 551 páginas, R$ 48,00) oferece ainda mais de 100 sugestões de práticas de educação ambiental e apresenta diversos elementos para subsidiar ações (suporte metodológico, legislação, vasta referência bibliográfica, nacional e internacional). Traz estudos de casos, acoplados a outros elementos para a compreensão das questões ambientais (cronografia, análise socioecossistêmica e artigos sobre alterações ambientais globais, a pegada ecológica, a cogestão e a sustentabilidade). Dada à sua riqueza de informações, trata-se de uma obra para consultas freqüentes, por todas as pessoas que, de alguma forma, estão envolvidas com a temática ambiental.

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