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Na estante da semana, Manuel Bandeira em seu lado cronista

Por Agencia Estado
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E mais: Tomé de Sousa e a história da fundação de Salvador, lições sobre o marketing, o livro de estréia de Ariano Suassuna... NAQUELES ANOS DISTANTES, QUANDO TOMÉ DE SOUSA CHEGOU À BAHIA. O autor, o jornalista Aydano Roriz, é baiano de Juazeiro, mas foi criado em Salvador. Foi lá que nasceu a idéia do livro O Fundador, um romance histórico que conta o trabalho de Tomé de Sousa para construir a cidade, seus acordos políticos com os índios que ocupavam o litoral, seu casamento com uma índia, sua paixão por uma princesa africana feita escrava pelos portugueses, suas saudades de Portugal. Estão também no livro as astúcias de Garcia D?Ávila, que fez do Brasil sua verdadeira pátria e a fonte de sua fortuna. O ano é 1549, o Brasil acabara de ser descoberto. Os portugueses ainda não conheciam todas as riquezas das novas terras. O rei D. João III decide ocupar de forma mais efetiva o vasto continente, e para lá envia Tomé de Sousa. Depois de uma longa viagem marítima, tem início a saga de portugueses, índios e escravos africanos em terras brasileiras. O autor combina ficção e acontecimentos históricos, que resultam num romance (Ediouro, 392 páginas, R$ 42,00) instigante. A HISTÓRIA DE MARIA MADALENA, SEGUNDO O FRANCÊS MESSADIÉ. O jornalista francês Gerald Messadié fez sucesso, primeiro, ao ingressar no mundo da ficção, com os romances da série Moisés. Um sucesso mundial. Agora, acaba de chegar às prateleiras com O Enigma Maria Madalena (Bertrand Brasil, 322 páginas, R$ 39,00), no qual reúne dezenas de indagações sobre quem foi a mulher lendária. Coisas assim. Quem foi Maria, da localidade de Magdala, que a história bíblica registra apenas como Maria Ma(g)dalena? Uma das santas mulheres que se mantiveram ao pé da cruz durante a crucifixão, a pecadora que os próprios discípulos de Jesus hostilizavam, ou uma pessoa determinada e inteligente, acima e além de seu tempo, disposta a ousar tudo para salvar o homem que ama? Que papel teve na vida de Jesus para que fosse a primeira pessoa com quem ele se encontrou ao sair do túmulo? Essas são as principais indagações que Gerald Messadié tenta responder em O Enigma Maria Madalena. Segundo o autor, ela teria sido a instigadora de um complô para salvar Jesus da morte. Subordinando os soldados, retardando a colocação na cruz, recuperando o corpo apenas ferido, conseguiu realizar seu plano. Assim, quando um homem ressurge do nada com a aura mágica de ter triunfado da morte, o seu poder torna-se incomensurável. MARKETING? MAS O QUE É MESMO ESSE TAL DE MARKETING? Umas boas lições de dois especialistas em marketing estão no livro Marketing Contra-intuitivo (Campus, 448 páginas, R$ 69,00). Nele, Kevin J. Clancy e Peter C. Kieg ensinam, por exemplo, que só no marketing é possível encontrar maneiras de fazer uma empresa crescer. Mas como encontrar e manter os clientes e consumidores? Os dois respondem. O atual índice de empresas fracassadas tem, segundo eles, origem  na adoção e implementação de uma estratégia incorreta de marketing. Qual é o mal que provoca o desaparecimento de empresas? Os dois autores recorrem à experiência de décadas na prestação de serviços de marketing para analisar a prática de tomar decisões de acordo com a intuição e mostram como essas práticas são prejudiciais. Dividido em três partes, o livro focaliza, entre outros itens importantes, alvo, posicionamento, desenvolvimento do produto, fixação de preços, atendimento ao cliente, e-commerce, e apresenta idéias contra-intuitivas para a construção e lançamento de fortes campanhas de marketing. MAIS UM DOS GRANDES DA ITÁLIA CHAGA ÀS LIVRARIAS Uma nova coleção está reeditando alguns dos mais notáveis escritores italianos, representados muitas vezes por obras pouco conhecidas no Brasil. Os livros da Coleção Letras Italianas procuram apresentar autores pouco conhecidos dos leitores brasileiros, ou obras ainda inéditas em português de escritores reconhecidos, como é o caso deste Dona Mimma, de Luigi Pirandello (Berlendis & Vertecchia, 176 páginas, R$ 26,00). Além das traduções encomendadas a especialistas em língua e literatura italiana, cada volume apresenta um ensaio especialmente preparado para situar a obra e o autor no cenário literário italiano e europeu. As edições foram feitas em papel especial e acabamento refinado e contam com ilustrações de artistas plásticos brasileiros contemporâneos, como as de Maria Alice Gonzales para o livro de Pirandello. Dona Mimma foi publicado originalmente em 1925. O POETA MANUEL BANDEIRA, EM ALGUNS DE SEUS MOMENTOS DE CRONISTA. Depois do sucesso das crônicas dos romancistas Machado de Assis e José de Alencar, agora as do poeta Manuel Bandeira. Um autor que certamente será mais lembrado pela sua poesia, mas que deixou também uma valiosa obra em prosa. Segundo Stefan Baciu, crítico romeno que viveu no Brasil na década de 1960, as crônicas de Manuel Bandeira mostram seu lado de observador atento e lúcido dos fenômenos de uma época na qual desenvolveram-se fatos notáveis para a História do Brasil e também de alguns outros países. Para apresentar e selecionar as crônicas, Edla van Steen, que dirige a coleção, escolheu o professor Eduardo dos Santos Coelho, mestrando em Literatura Brasileira pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Em Melhores Crônicas de Manuel Bandeira (Global, 240 páginas, R$ 32,00), o selecionador pretende brindar o leitor com a verdadeira "antologia das antologias", uma vez que os textos que compõem a coletânea foram escolhidos entre os melhores de outras três já publicadas: Crônicas da Província do Brasil, de 1937; Flauta de Papel, de 1957; e Andorinha, andorinha, organizada por ninguém menos que Carlos Drummond de Andrade, e publicada em 1966. UM ESTUDO PIONEIRO NO BRASIL. DE BIÓGRAFOS E BIOGRAFIAS. De que recursos jornalísticos, historiográficos, sociológicos e psicológicos utilizam-se os biógrafos para escrever? Quais os valores estéticos, contratuais, mercadológicos envolvidos na criação de uma biografia? Essas são algumas das questões discutidas pelo jornalista e escritor Sergio Vilas Boas no seu livro Biografias & Biógrafos: Jornalismo sobre personagens. Sergio Vilas Boas toma como ponto de partida a análise de três biografias que se tornaram best-sellers no mercado editorial brasileiro: Chatô, de Fernando Moraes, Mauá, de Jorge Caldeira e Estrela Solitária, de Ruy Castro. O livro (Summus Editorial, 184 páginas, R$ 27,00) é um estudo pioneiro sobre a arte de escrever biografias e comprova que, embora seja uma arte limitada pelos fatos, a biografia não deixa de ser um relato do biografado segundo o biógrafo e é, portanto, um trabalho autoral. Sergio Vilas Boas trabalhou como jornalista em vários jornais, entre os quais a Gazeta Mercantil e a Folha de S. Paulo. Escreveu antes O Estilo Magazine: O texto em revistas, também lançado pela Summus, e Os Estrangeiros do Trem N, da Editora Rocco, uma reportagem romanceada sobre a vida dos emigrantes brasileiros em Nova York que mereceu o Prêmio Jabuti 1998 na categoria reportagem. A ESTRÉIA DE ARIANO SUASSUNA. ELE AINDA GAROTÃO, NO RECIFE. Vejam, por favor, como Ariano Suassuna apresenta o seu livro de estréia, Uma Mulher Vestida de Sol (José Olympio, 199 páginas, R$ 21,00), que acaba de ser reeditado. "Escrevi-o em 1947 e, não me agradando completamente a sua forma primitiva, reescrevi-o dez anos depois. Na primeira versão, o que eu gostava era o aproveitamento das ?excelências? e dos cantos fúnebres, o tom poético e mesmo a forma de alguns versos entremeados à prosa; mistura que conservei na segunda, por julgar esse meio mais eficaz de atingir a verdade social. Assim, coloquei um drama humano dentro da grande tragédia coletiva do sertão, a luta do homem com a terra queimada de sol". O livro, escrito para um concurso promovido pelo Teatro do Estudante de Pernambuco, e classificado em primeiro lugar, deu início à carreira do autor teatral, que nasceu na Paraíba, em 1927. UMA ESTRÉIA COMO HÁ MUITO TEMPO NÃO SE VIA O segundo romance da norte-americana Christina Schwarz está ainda na carpintaria, mas é esperado com grande expectativa. Não é para menos. A sua estréia com o romance Afogando Ruth mereceu muitos aplausos de alguns dos grandes da crítica. Veja alguns exemplos. Segundo Janet Maslin, do New York Times, Afogando Ruth (Editora Globo, 352 páginas, R$ 39,00) é "uma obra de estréia excepcionalmente bem tramada, com um envolvente entendimento da vida de duas irmãs no meio rural de Wisconsin. A autora funde o suspense com inúmeros detalhes do período narrado possibilitando o entendimento das forças que cerceiam as vidas das personagens femininas". Já Paul Gray, do Times Magazine, diz que "esse romance de estréia, hábil e seguro, provoca bem mais do que arrepios e calafrios." Para Maile Meloy, do The New York Times Book Review, "o intenso realismo do cenário do romance adiciona profundidade a uma trama envolvente. Christina Schwarz mantém o suspense com habilidade. Afogando Ruth é uma estréia notável: surpreendente, perturbadora e autêntica".

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