Na Estante da Semana, Ignácio de Loyola Brandão

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Entre os lançamentos de livros, Nicodemus Pessoa indica o novo romance de Ignácio de Loyola Brandão, O Banquete de Platão em nova tradução, e um clássico da literatura inglesa que nunca havia saído no Brasil. A PUBLICIDADE TEM MESMO TANTO PODER SOBRE A NOTÍCIA? Em O Jornalismo na Era da Publicidade, o jornalista Leandro Marshall analisa a influência da publicidade sobre os meios de comunicação. O livro (Summus Editorial, 173 páginas, R$ 28,40), que nasceu de uma pesquisa nas principais obras relacionadas ao jornalismo, aborda as formas de submissão das empresas da área de comunicação às regras do mercado. De acordo com Leandro, repórteres e editores passaram a se autocensurar e a produzir apenas reportagens que rendam audiência, tiragem e lucro. O autor exemplifica uma série de fatos em que jornalistas criam, forjam e manipulam acontecimentos, visando o marketing. Esse tipo de prática, segundo ele, pode ser inserido em 25 formas disfarçadas de publicidade dentro do jornalismo, mapeadas no livro. O livro também comenta o chamado "jornalismo cor-de-rosa", preparado para não desagradar ninguém, seja leitor, usuário, consumidor, cliente, dono ou anunciante: páginas supercoloridas, infográficos, layouts e designs mais arrojados, aumento da cobertura de esportes, notícias de comportamento, moda e previsão do tempo. Nesse modelo, o jornalismo vive em um regime em que a regra é estabelecer elementos que atraiam compradores e investidores e mantenham, assim, a saúde financeira da empresa. A BUSCA DA FAMA E NÃO IMPORTA QUAL O PREÇO Neste inicio de milênio, a fama tornou-se, para muitos, uma questão de vida ou morte. Uma verdadeira obsessão. Por meio de uma série de subterfúgios, ilustres desconhecidos querem por que querem, de alguma maneira alcançar a fama. Mesmo que seja por apenas quinze minutos, como profetizou o artista plástico norte-americano Andy Warhol. Essa obsessão pela fama é o tema de O Anônimo Célebre (Global Editora, 384 páginas, R$ 39,00), novo romance de Ignácio de Loyola Brandão. Um homem sem nome nem idade, fisicamente idêntico a um ator famoso, sonha em ser célebre. Sabe como e onde são realizadas as festas, sabe como freqüentá-las, sabe como produzir uma festa, como realizar um evento, como as pessoas posam para fotografias. Sabe todos os rituais e truques para aparecer ao lado dos famosos. Entretanto, por ser absolutamente desconhecido e não conseguir seu intento, sofre. Angustia-se. O MELHOR DE PLATÃO, COM ROUPA NOVA DA DIFEL. O mais famoso dos textos de Platão, com introdução e notas do professor J. Cavalcante de Souza, também responsável pela tradução. Em O Banquete, que acaba de ser reeditado (Difel, 188 páginas, R$ 30,50), um dos mais belos e mais simples de seus 28 diálogos, segundo os estudiosos, o filósofo expõe, pela palavra de vários comensais, diversas concepções do amor. O que se passa em O Banquete? Num jantar em casa de um poeta, que comemora sua vitória em um concurso de tragédias, os convivas resolvem instituir outro concurso, oratório dessa vez, e em conseqüência cada um deles faz um discurso de elogio ao amor. Os discursos são reproduzidos a um grupo de amigos por um narrador, que os ouvira de um dos convivas. Essas peças constituem o arcabouço do Banquete. Para muitos, o fascínio exercido pelos diálogos de Platão consiste na combinação da sua filosofia com a finura literária com que a expõe, de forma a lhe emprestar o bom gosto estilístico que se exige numa obra de arte. Suas idéias influenciaram Aristóteles, os estóicos, Cícero, Plutarco e os primeiros escolásticos. Nascido na Grécia, por volta de 427 a.C., Platão veio a construir-se, ao lado de Homero, Dante, Shakespeare e alguns outros, num dos pilares culturais da civilização ocidental. NAS LIVRARIAS, UM CLÁSSICO DA LITERATURA INGLESA. Este é o primeiro livro do inglês Joseph Lloyd Carr editado no Brasil. Eis a história. Durante o verão sem nuvens, dourado e incomparável de 1920, Tom Birkin, um veterano sobrevivente da Primeira Guerra Mundial, abandonado pela esposa e desempregado, refugia-se em Oxgodby, um remoto vilarejo de Yorkshire, para restaurar uma grande pintura medieval recentemente descoberta na igreja. Vivendo no campanário da igreja, ele trabalha diariamente para destapar a pintura que representa o Juízo Final. Imerso na beleza e placidez do campo e nos imutáveis ritmos da vida da região, Birkin, além de sentir sua vida se renovar, também recupera a crença no futuro. Ao começar a escrever Um Mês no Campo (Editora Globo, 168 páginas, R$ 25,00), a idéia de J. L. Carr, como ele mesmo afirma, era narrar uma história serena, uma espécie de idílio rural. Para estabelecer o tom correto, quis que o narrador, Tom Birkin, relembrasse com pesar um período de tempo distante quarenta ou cinqüenta anos. Escrito em 1979, publicado em 1980 e considerado uma obra-prima, o livro conquistou o Prêmio Guardian de Literatura, foi indicado ao Booker Prize, teve diversas edições e, em 1987, foi adaptado para o cinema, com Kenneth Branagh, Colin Firth e Natasha Richardson nos papéis principais. PRESENÇA DE UM PADRE NAS MEMÓRIAS DOS ANOS AMARGOS Um escritor empenhado em resgatar, e com a máxima exatidão, a memória dos anos amargos da ditadura militar. Depois de publicar, ainda nos anos 80, em parceria com o jornalista Oldack de Miranda, Lamarca ? O capitão da guerrilha, que originou o filme do cineasta Sérgio Resende, e mais recentemente uma biografia de Carlos Marighella, Emiliano José lança novo livro. Agora, As Asas Invisíveis do Padre Renzo. Em As Asas Invisíveis do Padre Renzo (Casa Amarela, 432 páginas, R$ 40,00), Emiliano, professor da Universidade Federal da Bahia, narra as andanças do padre italiano Renzo Rossi pelas prisões do Brasil. Foi, segundo ele, um exército de amor e dor. O padre mergulhou num mundo de histórias cheias de sofrimento. Viu a morte, a tortura, o desespero. Homens, mulheres e crianças submetidos a uma ditadura cruel, que não conhecia limites. A INGLESA ROSAMUNDE CONTA A HISTÓRIA DE UM AMOR PERDIDO Em A Casa Vazia, a romancista inglesa Rosamunde Pilcher brinda-nos com a história da perda de um grande amor. A personagem principal, Virgínia Keile, teve a decepcionante experiência de um casamento com um homem esnobe e rico, totalmente controlado pela mãe, uma mulher dominadora. Viveu reclusa em uma mansão na Escócia. Quando o marido morreu, em um acidente de carro, Virgínia permitiu que a avó paterna e uma babá educassem seus filhos. A Casa Vazia (Bertrand Brasil, 208 páginas, R$ 21,00) traz de volta Rosamunde Pilcher, que teve seu nome reconhecido com o enorme sucesso de Os Catadores de Conchas. O livro ficou por muito tempo na lista de best-sellers do suplemento literário do The New York Times e vendeu mais de seis milhões de exemplares em todo o mundo. De Rosamunde, foram também publicados pela Bertrand Brasil, O Carrossel, Victoria, O Dia da Tempestade, Flores na Chuva, O Quarto Azul, Vozes no Verão, Sob o Signo de Gêmeos e Com Todo Amor. Editados em mais de 28 países.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.