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Na estante da semana, a volta da "História da Civilização Brasileira"

Por Agencia Estado
Atualização:

Relançamento já está no terceiro volume. E mais: Fernando Sabino, relembrando a infância; "O Jogador", um clássico de Dostoievski; a história de Portinari, o processo da escolha da profissão... UM CLÁSSICO DE SÉRGIO BUARQUE DE HOLANDA, DE VOLTA ÀS LIVRARIAS. Uma obra em onze volumes, organizada pelo historiador, jornalista e crítico literário Sérgio Buarque de Holanda em parceria com Pedro Moacyr Campos. Chegou às livrarias há mais de 40 anos, e agora está de volta. A Bertrand Brasil relançou no primeiro semestre do ano passado o primeiro volume da História Geral da Civilização Brasileira, que se ocupa da época colonial. Agora, mais dois acabam de ser reeditados: o segundo, que também estuda O Brasil Colônia, e o terceiro, em que o assunto é O Brasil Monárquico. A obra analisa vários campos da formação histórica do país, da organização material da sociedade às formas da cultura e do pensamento. Especialistas estudam o processo de constituição e consolidação do Brasil como colônia portuguesa, abrangendo desde os aspectos econômicos e sóciopolíticos até temas como medicina colonial, música barroca e expedições científicas. O período monárquico é tratado em cinco livros. Inicia-se com a análise das condições de emancipação do país e se encerra com a crise do regime monárquico e a transição para a República, em um volume, clássico, inteiramente escrito por Sérgio Buarque de Holanda. O primeiro volume da História Geral da Civilização Brasileira, editado em 2003, tem 420 páginas e custa R$ 55,00. O segundo e o terceiro, lançados agora, têm, respectivamente, 560 e 462 páginas, e custam R$ 59,00 e R$ 57,50. O MELHOR DA POESIA DE IVAN JUNQUEIRA, NA ELOGIADA COLEÇÃO DA GLOBAL. Os dois nasceram no Rio de Janeiro: o poeta Ivan Junqueira (1934), que acaba de ingressar na elogiada coleção da Editora Global ? a Melhores Poemas ?, da qual já fazem parte, entre muitos outros, poetas do porte de Jorge de Lima, Manuel Bandeira, Cecília Meireles, Luís de Camões, João Cabral de Melo Neto e Castro Alves ?, e o professor Ricardo Thomé (1958), responsável pela seleção. O livro Melhores Poemas de Ivan Junqueira (256 páginas, R$ 35,00) chegou às livrarias nos últimos dias de 2003. E acompanhado de alguns elogios marcantes. Um deles de Carlos Drummond de Andrade, que diz coisas assim: "De sua poesia se pode dizer que é um edifício harmonioso, pela sabedoria da construção, que une o concreto e o etéreo. (...) [Ivan Junqueira] me dá a impressão de ser um dos poetas que mais têm consciência de seu ofício, num tempo em que ela é rara". O professor Ricardo Thomé selecionou poemas de todos os sete livros de Ivan Junqueira, mas deu ênfase ao que encontrou nestes quatro: Os Mortos (1964), A Rainha Arcaica (1980), O Grifo (1987) e A Sagração dos Ossos (1994). Este último, aliás, conferiu ao autor o Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro. UM NOVO LIVRO DO MINEIRO FERNANDO SABINO. AGORA PARA CRIANÇAS. As andanças de dois meninos, Fernando e Paulinho, pelos grotões de Minas. Fernando e Paulinho são muito amigos. Não se largam por nada. Estudam juntos, saem juntos, passam férias juntos. Um dia, quando ambos descansavam na fazenda do pai de um colega, resolveram sair para caçar, acompanhados por um caipira conhecido como o melhor caçador da região. Seu Chico chegou com espingardas a tiracolo, casaco de couro, cartucheira, e o ar grave, compenetrado, como convinha a um especialista no assunto. Partiram animados, certos de que teriam muitas novidades para contar na volta. Pois bem, a história aconteceu mesmo, com o próprio Fernando Sabino e seu amigo Paulo Mendes Campos. Em Os Caçadores de Mentira (40 páginas, R$ 40,00) é impossível saber onde termina a realidade e começa a imaginação. Pouco importa para quem, como Fernando Sabino, tornou-se mestre em fazer amigos e sabe, como ninguém, transformá-los em ficção. Falando de amizade, parceria, cumplicidade e de sentimentos verdadeiros, Os Caçadores de Mentira também desperta a curiosidade para outros temas. O livro faz parte da coleção Bichos e Outras Histórias, da Rocco Jovens Leitores para crianças a partir de seis anos. São grandes nomes da literatura brasileira escrevendo sobre animais de estimação e recordando a infância, em deliciosas misturas de ficção e realidade. Depois de Carlos Heitor Cony (O Laço Cor-de-Rosa) e Fernando Sabino, virão Lygia Fagundes Telles, Nélida Piñon, Manoel Carlos, Elias José e Moacyr Scliar. AS BOAS LIÇÕES DE HUGH DAVIDSON, COM O SELO DA EDITORA CAMPUS. O autor, Hugh Davidson, assina alguns best-sellers na área de marketing e é também professor visitante da Cranfield, uma das mais conceituadas escolas de negócios da Europa. Seu livro Compromisso Total, lançado pela Editora Campus (tradução de Guilherme Basílio), mostra que quando as empresas discutem visão e valores existe uma distância muito grande entre teoria e prática. Para Davidson, o gerenciamento desses dois fatores está ainda "na idade das trevas", em comparação com o marketing, as finanças e as operações em geral. Os pilares do livro (360 páginas, R$ 75,00) são entrevistas feitas pessoalmente pelo autor com líderes de 136 empresas de destaque nos Estados Unidos e na Inglaterra."Nunca se tem certeza se os líderes organizacionais estão pintando cenários cor-de-rosa. Por isso, as entrevistas cara a cara são mais eficazes", afirma Davidson. Sua pesquisa girou em torno de questões como: projeto e momento oportuno, vínculos com os fatores críticos de sucesso, comunicação por meio da ação e impregnação mediante avaliações e recompensas. À exposição desses temas, juntam-se centenas de exemplos de empresas como a PepsiCo, DuPont e Save the Children. NA AGENDA DE LOUVORES À PAULICÉIA DE 450 ANOS, A HISTÓRIA DE PORTINARI. Um pouco (muito pouco, infelizmente) de um poema de Carlos Drummond de Andrade para saudar a chegada às livrarias de Portinari ? O Pintor do Brasil, da jornalista Marília Balbi, editado pela Boitempo na sua coleção Paulicéia. Um pequeno fragmento de A Mão, publicado no Jornal do Brasil (Rio) uma semana depois da morte, no dia 6 de fevereiro de 1962, de Portinari. O mineiro de Itabira começa com uma rápida viagem pela distante paisagem de Brodósqui, no interior de São Paulo, onde o menino Candinho nasceu e começou a pintar. Entre o cafezal e o sonho o garoto pinta uma estrela dourada na parede da capela, e nada mais resiste à mão pintora. A mão cresce e pinta o que não é para ser pintado mas sofrido. O livro de Marília Balbi (176 páginas, R$ 29,00) mostra que Portinari foi o primeiro pintor a revelar a saga dos trabalhadores brasileiros. Retratou o homem e o seu trabalho na lavoura, no garimpo, imortalizados no lavrador de café, no mestiço, na colona, na mulher na lida pelo Brasil afora. Portinari também colocou em cores e formas vivas, e em primeiro plano, o operário das cidades, o estivador, o sorveteiro, o músico, das festas do interior paulista aos boêmios do Largo do Machado no Rio de Janeiro. A coleção Paulicéia, uma homenagem da Boitempo aos 450 anos de São Paulo, já retratou outros personagens queridos, como o compositor Adoniran Barbosa e o publicitário Carlito Maia, e recantos da cidade como o Brás e a Vila Madalena. O MARCANTE JOGADOR DE DOSTOIEVSK NO CATÁLOGO DA BERTRAND BRASIL As obras mais famosas do romancista russo são, como sabemos, Crime e Castigo e Os Irmãos Karamozov, mas O Jogador, relançado pela Bertrand Brasil, não está muito longe desse patamar de qualidade. O Jogador (192 páginas, R$ 26,00) é uma análise, profunda e impiedosa, de um homem dominado por seus impulsos e incapaz de resistir à tentação do jogo, razão pela qual arrisca o próprio destino na roleta. Neste livro, Dostoievsk faz-se o modelo de seu personagem. Foi o que escreveu Thomas Mann: "A paixão pelo jogo foi sua segunda doença, possivelmente relacionada com a primeira (a epilepsia), uma obsessão verdadeiramente anormal. A isso devemos o maravilhoso romance O Jogador, que se passa numa estação de águas alemã, inverossímil e perversamente chamada Roletemburgo. Neste romance, a psicologia da paixão mórbida e do demônio Sorte é exposta com incomparável veracidade". Dostoievski punha em tudo que produzia a marca de sua genialidade, a profundeza de sua visão da alma humana, o vigor na caracterização de situações e personagens. Nasceu em Moscou, em 1821, e faleceu em São Petesburgo, em 1881. Após concluir a faculdade de Engenharia, sofre com o brutal assassinato do pai. Seu primeiro romance, Gente Pobre, escrito em 1844, sofreu forte influência de Gogol. O DIFÍCIL PROCESSO DE ESCOLHA DE PROFISSÃO, EM UM LIVRO DA SUMMUS. A autora, Sônia Regina Vargas Mansano, paranaense de Apucarana, é especialista em Recursos Humanos. Em Vida e Profissão ? Cartografando Trajetórias (152 páginas, R$ 23,70), agora lançado pela Summus Editorial, ela faz uma análise sobre o período de escolha profissional e reúne um apanhado histórico sobre o conceito de adolescência e as diferentes escolhas que ocorrem nesse período. O livro de Sônia Regina, hoje professora do Departamento de Psicologia Social e Institucional da Universidade Estadual de Londrina, responde a perguntas como estas: Qual é a idade adequada para uma escolha profissional? A escolha deve ser definitiva? Quais são efetivamente os fatores que a orientam? É desejável limitar a experimentação característica da adolescência obrigando o jovem a fazer uma escolha prematura? UM LIVRO DE DOIS IRMÃOS. NELE, A EXPERIÊNCIA AMARGA DA SEPARAÇÃO DOS PAIS. O livro Divórcio não é o fim do mundo ? Coisas que todos precisam saber sobre separação (Melhoramentos, 112 páginas, R$ 18,00) é o resultado da dura mas importante experiência pela qual dois irmãos adolescentes passaram. Zoe e Evan Stern sentiram de perto o que até então parecia acontecer apenas com os amigos da escola ou vizinhos: o divórcio dos seus pais. Os dois falam do que sentiram e viveram com essa situação, um processo realmente difícil e que machuca. Raiva, culpa, tristeza ou medo, além de muitas dúvidas, fazem parte do turbilhão que chega de uma vez na cabeça de quem tem os pais separados. Zoe e Evan contam que tiveram também de se habituar à nova realidade ? sim, porque o divórcio não implica "apenas" na separação dos pais, mas, muitas vezes, na chegada do padrasto ou da madrasta e a adaptação à essa nova convivência nunca passa desapercebida ? especialmente no que se refere à rotina dos novos lares.

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