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Na estante da semana, a Enciclopédia da Literatura Brasileira.

Por Agencia Estado
Atualização:

Edição reaparece inteiramente revista. Antes, os escritores citados iam da colônia ao ano de 1985. Agora, estão incluídos autores que lançaram livros até 2001. E mais: os mistérios da China, uma viagem pelo mundo da propaganda, um debate sobre o marxismo... OS ESCRITORES BRASILEIROS. TODOS EM UMA BELA ENCICLOPÉDIA. No começo, lá pelos anos 40, era um sonho que parecia quase impossível de ser realizado, mas o professor Afrânio Coutinho em nenhum momento fraquejou. Ele queria um livro que reunisse em verbetes todos os escritores brasileiros, desde o Brasil colônia, e que contasse a história de suas vidas, de seus personagens, os temas preferidos e os movimentos e escolas literárias aos quais pertenceram. Conseguiu. Em 1990, depois de mais de 40 anos de trabalho, Afrânio e o amigo José Galante de Sousa, dedicado parceiro nas pesquisas, viram finalmente publicada, com o apoio do Ministério da Educação, a Enciclopédia de Literatura Brasileira. Mais: puderam saborear o seu sucesso. O livro tornou-se, em pouco tempo, a melhor obra de referência sobre nossos autores não apenas para os próprios escritores, mas também para professores, pesquisadores e estudantes. Por isso mesmo, a edição, que era vendida apenas nos postos da FAE, a Fundação de Apoio ao Estudante, logo se esgotou. Agora, está nas livrarias, de roupa nova. Publicada pela Editora Global, com o apoio da Fundação Biblioteca Nacional e da Academia Brasileira de Letras, a nova edição da Enciclopédia de Literatura Brasileira, revista, ampliada, atualizada e ilustrada, é o mais completo inventário sobre a nossa literatura já publicado no Brasil. São dois volumes (capas de Maurício Negro e Eduardo Okuno), 1.656 páginas e 16.600 verbetes. Cerca de 2.600 mais que os da primeira edição. Antes, os escritores citados iam da colônia ao ano de 1985. Agora estão incluídos nomes de autores que lançaram livros até 2001. O trabalho de atualização da enciclopédia coube à própria filha de Afrânio, Graça Coutinho, bibliotecária e também estudiosa da literatura brasileira, e à ensaísta e professora Rita Moutinho, que também trabalharam na primeira edição. Uma outra boa notícia sobre o relançamento da Enciclopédia de Literatura Brasileira é o preço. Os dois volumes custam nas livrarias R$ 190,00. A edição antiga, um único volume, vinha sendo vendida em sebos até pelo dobro. AS CRÔNICAS DA CEARENSE ANA MIRANDA (MAIS DE SETENTA) EM NOVO LIVRO A trajetória de Ana Miranda, uma cearense de Fortaleza, como escritora começou com uma homenagem ao poeta baiano Gregório de Matos Guerra, um dos maiores nomes da literatura brasileira do período colonial. Lançou, em 1989, o romance histórico Boca do Inferno. Era esse o apelido do personagem, merecido pela carga satírica de seus textos. Com o livro, ganhou em 1990 o Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro. Depois vieram O Retrato do Rei (1991), A Última Quimera (1995), outro romance ? esse sobre o poeta paraibano Augusto dos Anjos ?, Desmundo (1996) e, mais recentemente, em 2000, Caderno dos Sonhos. Um novo livro de Ana Miranda acaba de chegar às livrarias. Nele, Deus-dará (Casa Amarela, 223 páginas, R$ 27,50), estão mais de setenta crônicas publicadas na Caros Amigos desde o nascimento da revista, há quase sete anos. Na apresentação de Deus-dará, a própria autora festeja o livro recém-nascido. Diz ela: "Eu tinha medo de publicar textos que não fossem meus livros. Quando me ligaram da Caros Amigos, convidando-me a colaborar com a revista que acabava de nascer, aceitei, na certeza de que duraria apenas um ou dois números. E lá se vão sete anos... Foi uma das decisões mais afortunadas de minha vida. A revista me proporcionou um encontro mensal com pessoas do Brasil inteiro, e meu deu a oportunidade de escrever crônicas, esse gênero tão leve e comunicativo". UM LIVRO QUE REÚNE MUITAS HISTÓRIAS DA CHINA. E SEUS MISTÉRIOS. Um romance sobre a tênue relação entre mãe e filha que se tornaram mulheres em culturas distintas. A partir de um velho diário, escrito por Luling Young na infância e juventude, na China dos anos 20, Ruth Young descobre as circunstâncias que moldaram a personalidade tempestuosa de sua mãe e outras muitas verdades adormecidas. Para tecer a história das duas, a escritora Amy Tan, norte-americana da Califórnia, filha de mãe chinesa, tomou como principal fonte de inspiração sua relação com a mãe, já falecida. Ambientado em uma aldeia chinesa de San Francisco, A Filha do Restaurador de Ossos (Rocco, 364 páginas, R$ 40,00) é uma escavação do espírito humano: o passado, suas feridas mais profundas, suas mais acalentadas esperanças. A história revela a dor de sonhos destruídos, o poder dos mitos e a força do amor que nos permite recuperar, pela recordação, aquilo que dolorosamente perdemos. Ruth Young, a personagem-filha, é ghostwriter de livros de auto-ajuda em San Francisco. Beirando os quarenta anos, começa a sofrer de mudez periódica, indício de sua inabilidade para expressar o que sente pelo homem com quem vive, Art Kamen, divorciado, pai de duas adolescentes. Na infância, ela foi constantemente exposta às idéias perturbadoras da mãe, sobre maldições e fantasmas, e às suas freqüentes ameaças de suicídio. Ruth tornou-se uma pessoa amarga e guardiã de mistérios. UMA LONGA VIAGEM PELO FASCINANTE MUNDO DA PROPAGANDA Um completo cardápio da publicidade, que tanto pode interessar a profissionais da área como a estudantes de Propaganda e Marketing. O surgimento das agências de propaganda, a influência americana ? ainda hoje muito poderosa ?, as décadas de ouro, os prêmios nos festivais de Cannes, o papel do rádio e da televisão, a legislação publicitária, o Clube de Criação de São Paulo, os jingles, as duplas de criação, o Ibope, a influência da globalização em tempos recentes... Tudo isso faz parte do livro Uma História da Propaganda Brasileira, de Pyr Marcondes (Ediouro, 249 páginas, R$ 26,00), um mergulho no fascinante mundo da publicidade. Propaganda, cultura e sociedade. Eis três termos profundamente interligados, como mostra o autor. O livro traz um panorama geral sobre a importância dessa relação, reunindo momentos, idéias, fatos e personagens de grande destaque em nossa publicidade. É a visão de um jornalista e publicitário que trabalha no setor há mais de 25 anos, com o privilégio de ter atuado nos três pilares que sustentam essa indústria e a fazem existir: agências de propaganda, empresas anunciantes e veículos de comunicação. AS MUITAS TRANSFORMAÇÕES DA SOCIEDADE BRASILEIRA. EM UM LIVRO DA EDIOURO. Em 400 páginas, cinco séculos. A escritora carioca Mary del Priore, que já nos havia dado, em 1999, o importante História das Mulheres do Brasil, retorna agora com O Livro de Ouro da História do Brasil (Ediouro, 400 páginas, R$ 39,00). Nele, del Priore analisa, em parceria com Renato Pinto Venâncio, especialista em demografia histórica e professor da Universidade Federal de Ouro Preto, as transformações sofridas pela sociedade brasileira da colônia aos dias de hoje. Os autores analisam a influência exercida não apenas por figuras destacadas de cada período, mas também por pessoas comuns que anonimamente construíram o Brasil. De fato, um verdadeiro livro de ouro. Mary del Priore e Venâncio revelam,ao abordarem cada período da História do Brasil, dados importantes sobre alimentação, vestuário, habitação, organização familiar, moda, crenças, desejos e temores, festas, hábitos domésticos, tipos de comércio e trocas etc. Cerca de cem ilustrações auxiliam o leitor a compreender todos os tópicos abordados. Por muito tempo acostumamo-nos a pensar que a História do Brasil era apenas uma disciplina de colégio: tedioso desfilar de nomes e datas, que precisávamos a todo custo decorar. Mas há alguns anos a coisa começou a mudar. Foram surgindo novos autores.Surgiu uma nova historiografia, jogando luz sobre os fatos passados do país de modo a nos fazer compreender seu percurso e seu presente. É nessa vertente que se insere o livro dos historiadores Mary del Priore e Renato Pinto Venâncio que, no entanto, distingue-se dos demais por sua amplitude de enfoque. Sem abrir mão do rigor científico, O Livro de Ouro da História do Brasil destina-se não somente ao especialista, mas a todo aquele que almeja conhecer melhor a História de nosso país, de suas origens aos dias de hoje, narrada de forma vívida e envolvente. UM LIVRO DA CORTEZ EDITORA. NELE, UM DEBATE SOBRE O MARXISMO. O livro Filosofia Política Marxista, da Cortez Editora (240 páginas, R$ 29,00), apresenta um conjunto de trabalhos que abordam diversos temas da filosofia política contemporânea. A tese central, que une seus diversos capítulos, pode ser sintetizada nestes termos: na época de crise civilizatória em que se encontra submerso o capitalismo, a filosofia política marxista contém os elementos conceituais e axiológicos necessários para pensar numa alternativa de saída à crise atual. Embora se reconheça que, no plano intelectual, tal empresa requererá o concurso de outras vertentes do pensamento crítico contemporâneo, também fica claro que, sem a contribuição da teoria marxista, será impossível vislumbrar caminhos que nos distanciem das penumbras do capitalismo contemporâneo. O livro Filosofia Política Marxista, de Atílio A. Boron, professor da Universidade de Buenos Aires, propõe-se a contribuir nessa direção, revalorizando a riqueza das perspectivas marxistas sobre o Estado, política e democracia, sobre a conjuntura e utopias, e situando o pensamento marxista no centro do debate filosófico-político de nossos dias.

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