24 de fevereiro de 2014 | 02h08
Com a instalação de uma ditadura militar, o Arena acirra suas posições e passa a querer responder aos acontecimentos de forma ainda mais contundente. Arena Conta Zumbi, criação de Boal e Guarnieri, inaugura essa fase. Fala de resistência a uma força opressora e da possibilidade de revolução. Com o AI-5, decretado em 1968, as peças de protesto contra a ditadura se reinventaram. Era um teatro que precisava driblar as restrições impostas e, ao mesmo tempo, conseguir dar conta da complexidade daquele momento nacional.
Além da turma do Arena, tiveram importante participação nessa época, dramaturgos como Dias Gomes, Plínio Marcos, Leilah Assunção, Chico Buarque, José Vicente. Espetáculos como Rei da Vela e Roda Viva, ambos dirigidos por José Celso também foram marcos dessa geração, duramente reprimida.
Atos heroicos à parte, é preciso dizer que o saldo da ditadura para o teatro foi a sua quase completa aniquilação. Morreram as companhias, faliram os produtores, perderam lugar os autores. Uma triste história da qual ainda somos vítimas.
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