
01 de março de 2011 | 00h00
Ontem, reuniu-se no Sindicato dos Músicos do Estado do Rio com o advogado da instituição, Ricardo Callado, para ratificar a decisão de não comparecer às provas, marcadas para começar semana que vem.
Na quarta-feira passada, os músicos entraram com uma representação no Ministério Público do Trabalho contra a fundação, por assédio moral. "Já na sexta-feira, recebemos a informação de que as denúncias são consistentes", contou o presidente da comissão de músicos, Luzer Machtyngier. Eles rechaçam as condições e a imposição e da avaliação, recebida dois dias depois do início das férias, dia 4 de janeiro. Todo o corpo orquestral tem de se submeter - mas não o regente e diretor artístico, Roberto Minczuk, que, para eles, também deveria ser alvo de uma apreciação. Minczuk foi o mentor das provas.
Os músicos encontraram "cláusulas absurdas" nos dois documentos que receberam da fundação. Por exemplo: segundo Machtyngier, a fundação se reserva o direito de não aceitar a adesão ao PDV de músicos que considera "indispensáveis", ou seja, de qualidade incontestável. No entanto, mesmo esses teriam de ser aprovados na avaliação. Eles pleiteiam um encontro amistoso com a direção da fundação, para "se for o caso, refazer o documento que estipula a avaliação, de forma palatável, e não enfiado goela abaixo".
Quem se recusar a fazer a prova corre o risco de ser demitido. "Está confirmado que se trata de uma prova para demitir. A gente não quer derrubar ninguém, só quer forçar uma conversa", compara o representante.
Eles esperam a volta do maestro para conversar cara a cara - na semana passada, foi feita uma audioconferência, com os músicos no Rio e Minczuk no Canadá. O maestro, a princípio, só dará entrevista quando retornar. Em nota, na semana passada, Eleazar de Carvalho Filho, presidente da OSB, afirmou que as provas foram desenhadas para que se "apure o rendimento de cada músico", e que a ideia não vem de agora. "Isso acontecerá aliado ao processo avaliativo contínuo que já vem sendo feito", informou Carvalho, que apontou para "uma nova fase da orquestra", de melhores condições de trabalho e salários.
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