Musical Tarzan, da Broadway, decepciona crítica

Após o sucesso na Broadway de A Bela e a Fera e O Rei Leão, a Disney apostava agora na história de Tarzan e de sua família de gorilas na selva

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Por Agencia Estado
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O musical da Broadway Tarzan, adaptação da versão cinematográfica de 1999 dos Estúdios Disney, decepcionou, em sua estréia, a crítica nova-iorquina, que o qualificou de monótono e de superficial. Dirigido por Bob Crowley, a montagem traz Tarzan dos Macacos de volta, quase um século depois de Edgar Rice Burroughs ter escrito, em 1912, o romance homônimo. Após o sucesso na Broadway de suas obras, entre elas A Bela e a Fera e O Rei Leão, a Disney apostava agora na história de Tarzan e de sua família de gorilas na selva, cuja transposição para os palcos inclui até "passeios" do personagem principal em cipós sobre o palco, o que não parece ter deslumbrado a critica de NY. E isso porque o mestre desses números aéreos é o argentino Pichón Baldinú, diretor da companhia acrobática De La Guarda, cuja montagem no circuito teatral off-Broadway de Villa Villa obteve êxito em Nova York durante seis anos consecutivos. Sem falar que essa primeira adaptação teatral de Tarzan é uma das produções mais caras da história da Broadway, com um orçamento que beira os US$ 15 milhões. "Tarzan parece tão inquieto e desconcentrado como as crianças pequenas, que passaram o espetáculo inteiro se mexendo em suas cadeiras", opinou o crítico do jornal The New York Times, Ben Brantley, para quem o musical que estreou este mês perde o foco a todo o momento. "Qualquer tipo de tensão ou emoção é rotineiramente sabotado pelos excessos e pela dispersão" em cena, acrescentou o crítico, ao comentar o musical de duas horas e meia de duração. O elemento comercialmente mais atrativo da apresentação são as nove canções da trilha sonora, cuja música e letra é obra de Phil Collins, ex-baterista do grupo britânico Genesis. Para o New York Times, nenhum momento no musical parece ter maior peso dramático que outro. "Todos os momentos de oscilações acrobáticas (que são incontáveis) foram uniformemente criados", acrescenta a crítica da publicação. Para o jornal Newsday, "Tarzan é uma grande decepção". "O musical nunca vai além de uma sensibilidade enjoativa e doce e difícil de engolir, algo como um encontro entre o Cirque du Soleil e o American Idol (versão americana do programa Ídolos)", comentou a publicação, que apesar disso também diz que o musica "é um espetáculo atrativo que conta com excelentes movimentos". O crítico do New York Daily News, Howard Kissel, foi mais além, ao dizer que "Tarzan não é nada mais que uma armadilha para turistas". Em sua opinião, os musicais da Broadway "se transformam cada vez mais em parques de diversões, ao concentrar-se mais nos efeitos cênicos que nas histórias sólidas". Jocosamente, o jornal The Washington Post escreveu: "Você, Tarzan; mim olhar sempre relógio". O jornal acrescenta que os números acrobáticos de Baldinú "são bons, mas qualquer um que tenha visto o Cirque du Soleil em ação bem poderia considerar que as façanhas (de Tarzan) não são de matar de emoção". Clive Barnes, crítico do New York Post, comentou que o musical "naufragou desde o princípio, devido ao conceito", e que "talvez os empresários da Disney agora se dêem conta agora que nem todos seus desenhos animados são a semente de um grande musical da Broadway".

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