O Museu Nacional da Quinta da Boa Vista inaugura, na próxima quinta-feira, duas novas galerias para abrigar peças importantes de seu acervo com dez milhões de itens. A múmia egípcia do sacerdote Hori, uma das mais antigas do mundo; uma estátua da deusa grega Kouré, do período arcaico; a reconstituição da cabeça de Luíza, a mulher de dez mil anos de idade cujo crânio foi encontrado no Brasil e as tangas das índias marajoaras vão encontrar abrigo definitivo em mil metros quadrados, restaurados ao custo de R$ 1 milhão, vindos do Ministério da Educação e Cultura. A reforma do Museu começou em 1996 e ainda deve durar alguns anos. Sem obras desde os anos 40, o prédio que foi a casa da família real brasileira precisou ser reparado do chão ao telhado, para evitar a perda das coleções ali guardadas. Boa parte delas trazidas por d.João VI, ou comprada por seus descendentes. "Como somos um museu e uma instituição de ensino, é preciso andar devagar com as obras para não interromper a atividade pedagógica", explica o diretor, o antropólogo Luiz Fernando Duarte. "Terminadas as obras, teremos um dos museus de história natural mais importantes do mundo". As cinco exposições a serem inauguradas na quinta-feira confirmam Duarte. Quatro são permanentes: a de arte egípcia, comprada por d.Pedro I a um comerciante italiano em 1826; a greco-romana, trazida como dote da imperatriz Tereza Cristina, mulher de d.Pedro II; a de Arqueologia Brasileira, com fósseis e objetos pré históricos datados de até dez mil anos atrás, e a de Etnologia Brasileira, com objetos de utilitários e de adorno de tribos indígenas. A quinta exposição, temporária, O Egito nas Obras Raras Brasileiras, tem gravuras feitas por artistas que acompanharam a primeira expedição de Napoleão Bonaparte ao Egito. Não se sabe como chegaram ao Brasil, se trazidas por algum nobre ou adquiridas pela família real, embora sua autenticidade seja comprovada. Com a nova exposição, o Museu, que tem um público mensal de 150 mil pessoas, espera ter um aumento de 50% na freqüência.