Museu Munch expõe amanhã as obras "O Grito" e "Madonna"

Os quadros poderão ser vistos pelo público pela primeira vez desde que foram recuperados, em 31 de agosto, dois anos após terem sido roubados

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Por Agencia Estado
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Os quadros "O Grito" e "Madonna", do artista norueguês Edvard Munch serão expostos nesta quinta-feira no museu Munch pela primeira vez desde que foram recuperados, em 31 de agosto, dois anos depois de terem sido roubados. Em 22 agosto de 2004, três assaltantes mascarados, um deles armado com uma pistola, retiraram as obras das paredes do museu, saíram do local e escaparam em um carro roubado. Pouco tempo depois do roubo, o museu foi fechado para revisão dos sistemas de segurança já que os alarmes e as câmeras de vigilância não foram capazes de impedir a ação dos ladrões. O museu argumentou que o interesse público em ver "O Grito" e "Madonna" em seu estado atual justifica a exibição dos quadros durante um curto período de tempo antes do início dos trabalhos de restauração. Técnicos da polícia e do museu revelaram que as pinturas apresentam "danos que exigem um trabalho de restauração compreensivo e de longa duração". O museu Munch divulgou em seu site uma fotografia das duas obras e é possível observar que ambas foram danificadas. Segundo disse o diretor interino do museu, Ingebjorg Ydstie, a "Madonna" é a pintura que está em pior estado, pois tem dois buracos na parte inferior esquerda do lenço, com um tamanho comparável ao de uma moeda de 2,6 centímetros. "O Grito", pintado sobre lâmina, tem um dos lados esmagado, além de vários arranhões profundos, por causa dos golpes sofridos durante o roubo. Ydstie disse em entrevista à EFE que os trabalhos de restauração das duas obras se prolongarão por pelo menos um ano e disse que "O Grito" apresenta danos causados pela umidade que são "muito difíceis" de reparar. Até fevereiro de 2007, data fixada para a audiência do julgamento em um tribunal de Oslo dos supostos autores do roubo, não se conhecerão detalhes sobre o processo de recuperação das obras. Ydstie disse que os quadros vão ficar expostos dentro de duas redomas de vidro climatizadas para preservá-las de mais danos. As medidas de segurança também foram reforçadas: "O Grito" e "Madonna" estão em uma sala na qual se entra após passar por uma porta de aço blindada, e equipada com várias câmeras de vídeo que vigiam os movimentos dos visitantes. Em 1893, Munch (1863-1944) pintou duas versões de "O Grito", sua obra mais famosa. No mesmo ano, o artista criou cinco versões de "Madonna", que mostra a figura de uma mulher, alegoria de Nossa Senhora, com os seios descobertos e uma longa cabeleira negra que cai sobre seus ombros.

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