PUBLICIDADE

Museu da Língua Portuguesa presta homenagem a Jorge Amado

'Jorge Amado e Universal' fica em cartaz até o dia 22 de julho em SP, depois segue para Salvador

Por Maria Fernanda Rodrigues - O Estado de S.Paulo
Atualização:

Dos autores brasileiros, Jorge Amado talvez seja o mais local, universal e internacional. Escrevia a partir da Bahia, sobre coisas da sua terra e sua gente, e seus livros encantavam leitores do mundo todo. Pelas contas da Fundação Casa de Jorge Amado, a obra do escritor baiano foi traduzida para 49 idiomas e premiada em lugares tão diversos quanto a ex-União Soviética, a Itália e a França, sem contar o Brasil. Gabriela Cravo e Canela, Tocaia Grande, Capitães da Areia, Dona Flor e Seus Dois Maridos, Os Subterrâneos da Liberdade, Bahia de Todos os Santos, Mar Morto e Navegação de Cabotagem são apenas alguns dos livros que escreveu em seus 89 anos de vida. Vida essa que será apresentada a partir desta segunda-feira, 16, para convidados, e terça-feira para o público, na exposição Jorge Amado e Universal. Ela fica em cartaz até o dia 22 de julho no Museu da Língua Portuguesa, de onde segue para Salvador. Chega em 9 de agosto, um dia antes da festa do centenário de nascimento do escritor. A ideia da organização é que a mostra não fique restrita a essas cidades, embora os R$ 3,2 milhões captados pela Lei Rouanet devam ser usados exclusivamente nessas duas iniciativas. Já está quase certa uma temporada no Recife. Rio de Janeiro, Brasília, Lisboa e Porto também demonstraram interesse, conta William Naked, diretor-geral da exposição, que sonha até com uma ida à Feira do Livro de Frankfurt em 2013, quando o Brasil será o país homenageado e exposições como essa serão bem-vindas. Difícil será transportar a Bahia criada nos 420 m² do espaço do museu para esses outros lugares. São 8 mil fitas do Nosso Senhor do Bonfim, 1.800 garrafas de 2 litros de azeite de dendê, 4 sacas de cacau, mais de 600 imagens, 80 documentos originais, 110 livros, 243 placas de cronologia. Tudo para dar a dimensão de quem foi e o que produziu Jorge. “Jorge Amado foi quem mais escreveu, mais foi traduzido, mais foi premiado. Se ele é superlativo, então a mostra também é”, explica a curadora Ana Helena Curti. Que o visitante não espere um formato quadrado e cronológico ou cenas de novelas e filmes, que tanto ajudaram a popularizar sua obra. Para a curadora, não faria sentido apresentar o que o público já conhece e a ideia não é ser tão didático. “A maioria das pessoas já assistiu a alguma adaptação audiovisual da obra de Jorge Amado, no cinema ou na televisão, até porque provavelmente ele é o escritor brasileiro que mais foi adaptado para telenovelas, filmes e peças de teatro. O visitante trará tais impressões consigo, mas esperamos que ele possa somar novas informações e imagens a essas que já possui.” Vídeos produzidos pela O2 Filmes, com depoimentos do próprio escritor, de estudiosos de sua obra, amigos e familiares ajudam a compor o universo do autor. Mas o visitante vai poder ver ainda manuscritos, fotos de viagens e de seu dia a dia, cartas recebidas de amigos ilustres, exemplares estrangeiros, livros de sua biblioteca particular e até sua coleção de camisas havaianas.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.