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Museu da Bíblia dos EUA diz ter cinco fragmentos falsos dos Manuscritos do Mar Morto

Os Manuscritos do Mar Morto foram descobertos por pastores beduínos na Cisjordânia na década de 40

Por Andrew Hay
Atualização:

NOVO MÉXICO, EUA - O Museu da Bíblia de Washington informou na segunda-feira que cinco dos artefatos que se acreditava serem parte dos Manuscritos do Mar Morto são falsos e que não serão mais exibidos. 

Pesquisadores radicados na Alemanha examinaram os fragmentos e descobriram que cinco “têm características inconsistentes com uma origem antiga e por isso não serão mais exibidos”, disse o museu em um comunicado. 

Manuscritos do Mar Morto foram examinados por pesquisadores Foto: Baz Ratner/Reuters

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Acadêmicos vêm questionando há tempos a autenticidade de fragmentos dos Manuscritos do Mar Morto vendidos por comerciantes de antiguidades. O museu criado pela família Green de Oklahoma, dona da rede de lojas de artesanato Hobby Lobby, financiou uma pesquisa realizada nos últimos dois anos para saber se seus 16 fragmentos dos Manuscritos do Mar Morto são genuínos. 

“Embora esperássemos que o exame mostrasse resultados diferentes, esta é uma oportunidade para educar o público sobre a importância de se verificar a autenticidade de artefatos bíblicos raros”, disse Jeffrey Kloha, principal autoridade da curadoria do Museu da Bíblia, no comunicado. 

Estudiosos e reportagens questionaram os fragmentos do museu no ano passado antes da inauguração da instituição de 500 milhões de dólares dos Green. 

Os Manuscritos do Mar Morto, compostos de centenas de manuscritos e milhares de fragmentos de textos religiosos judeus antigos, foram descobertos por pastores beduínos na Cisjordânia nos anos 1940. Os rolos de quase dois mil anos deram aos estudiosos religiosos um novo acervo de informações sobre a Bíblia Hebraica. 

Kipp Davis, especialista nos Manuscritos do Mar Morto da Universidade Trinity Western do Canadá, foi um dos vários acadêmicos que estudaram os fragmentos do Museu da Bíblia, o que levou este a enviar cinco deles para testes.

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“Até agora meus estudos conseguiram confirmar, graças à preponderância de correntes diferentes de indícios, a alta probabilidade de ao menos sete fragmentos da coleção de Manuscritos do Mar Morto do museu serem falsificações modernas, mas as conclusões sobre a condição dos fragmentos restantes ainda estão por vir”, disse Davis no comunicado. 

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