Uma gravura em madeira de Paul Gauguin que foi quebrada em dois pedaços em 1893 foi recomposta pelo British Museum, de Londres, que conservava só a parte inferior. O fragmento superior, que havia desaparecido há mais de meio século e estava em uma coleção particular suíça, foi leiloado recentemente pela Sotheby´s e adquirido pelo museu, que pagou aproximadamente de 4.500 euros. A gravura, intitulada Noa Noa, é uma descrição dos taitianos em seu paraíso tropical criada por Gauguin na volta à França depois de uma temporada no Taiti. Gauguin (1848-1903) foi para a ilha em 1891 fugindo das pressões da vida moderna. Ao retornar a seu país, criou Noa Noa em 1893 após exibir na galeria parisiense Durand-Ruel obras inspiradas em sua viagem. O artista francês decidiu talhar suas experiências no Taiti em um manuscrito que recebeu o nome de Noa Noa, que em polinésio significa "fragrância", e que era acompanhado por dez gravuras. A obra agora recomposta era a primeira do projeto, em que Gauguin trabalhou entre os anos 1893 e 1894. Com ajuda de seu amigo Louis Roy fez trinta estampas de cada um dos dez blocos. Mas o artista não se sentiu satisfeito com algumas delas porque o amarelo ácido e os vermelhos intensos não se correspondiam com as cores mais matizados das pranchas que tinha feito ele mesmo. O British Museum adquiriu em 1949 a gravura incompleta como parte de uma doação de cinco mil obras que incluíam outras de Degas, Manet e Toulouse-Lautrec.