PUBLICIDADE

Murilo Hauser estreia como diretor no Festival de Curitiba

Por AE
Atualização:

Murilo Hauser é um diretor estreante. Com o espetáculo "Ah, a Humanidade! e Outras Exclamações", que integra a mostra oficial do Festival de Curitiba, ele debuta como encenador. "Mas, de certa maneira não é muito diferente do que eu já fazia", comenta. "Então, não tem esse nervosismo de estreia. Nem parece que é a primeira vez." Também pudera. Nos últimos oito anos, Hauser ajudou a levantar uma série de peças. A maioria delas, em parceria com Felipe Hirsch, como codiretor da Sutil Companhia de Teatro. E, recentemente, ao lado de Hector Babenco na encenação de "Hell".Para esta incursão solo pela direção, o artista se coloca à frente de um novo grupo, a companhia curitibana Pausa, mas adentra em um universo pelo qual já caminha com desenvoltura: a literatura do norte-americano Will Eno.Com Hirsch, Hauser participou das montagens de outros textos do dramaturgo, como "Thom Pain- Lady Gray" e "Temporada de Gripe". "Esse texto que estou montando lida com vários aspectos que são comuns à obra dele", considera o jovem diretor. "Estão ali uma maneira muito particular de manejar a linguagem e também a forma como mostra as pessoas em situação de fragilidade."No caso de "Ah, a Humanidade!" essa noção de fragilidade é levada ao extremo. A peça é uma junção de cinco cenas curtas. Eno as escreveu separadamente, em momentos diferentes. E, em cada uma delas, elenca personagens e situações únicas. Existe, porém, um nítido fio que as une: acompanhamos invariavelmente a situações de desconforto, homens e mulheres que, sem querer, mostram-se mais vulneráveis do que gostariam. O título do espetáculo faz menção a um episódio histórico dos Estados Unidos. Em 1937, ao assistir a um incêndio de um enorme zepelim, o locutor de um programa de rádio se descontrola. Estava ao vivo, mas não pôde conter-se. Exclamou "Ah, a Humanidade!" e abandonou a transmissão. Além da familiaridade com a dramaturgia de Will Eno, Hauser também conta, no novo projeto, com a presença de alguns integrantes da Sutil Companhia de Teatro: a atriz Erica Mogan e o iluminador Beto Bruel. Hoje, muito presente no Rio e em São Paulo, a Sutil nasceu em Curitiba, cidade em que Hauser ainda vive. A aproximação com o grupo deu-se quando ainda era adolescente. Fã, passou a frequentar o camarim depois dos espetáculos e, gradativamente, tornou-se parte da companhia. Antes diretor assistente, passou a codirigir as criações com Felipe Hirsch. "Foi um processo tão natural. Agora, parece só mais uma etapa", acredita. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.