11 de agosto de 2011 | 11h45
Na mais clara indicação de que o escândalo das escutas telefônicas que cerca as operações britânicas da News Corp prejudicou as ambições de James Murdoch de ascender ao comando do grupo, seu pai endossou a promoção de Chase Carey, seu segundo em comando, ao posto.
"Chase é meu parceiro e, se alguma coisa acontecer comigo, estou certo de que tomaria as rédeas de imediato -- se um ônibus me atropelasse", disse Murdoch em resposta a pergunta de um repórter da Reuters sobre os planos de sucessão do grupo, durante uma conferência telefônica com jornalistas sobre as projeções trimestrais do grupo.
Ainda que a News Corp tenha afirmado com frequência que tem um plano de sucessão em vigor, a companhia jamais havia definido de forma explícita quem assumiria como presidente-executivo caso Murdoch deixe o posto.
Em depoimento ao Parlamento britânico no mês passado, Murdoch reiterou seu já antigo desejo de que um de seus filhos o suceda. Até recentemente, o caçula James, 38, era visto como mais provável sucessor, depois de ser promovido a vice-presidente adjunto de operações em março.
Mas James Murdoch está sob pressão desde que surgiu o escândalo das escutas telefônicas, no mês passado. Os problemas causaram o fechamento do tabloide britânico News of the World e levaram à detenção de 12 ex-funcionários da companhia. As operações britânicas da News Corp se reportavam a James.
Ele terá de apresentar uma declaração escrita a um comitê parlamentar britânico, até quinta-feira, respondendo a acusações de que fez declarações falsas em depoimento anterior.
No entanto, James Murdoch não foi completamente alijado. Murdoch, 80, acrescentou que ele e Carey tinham "plena confiança" em James, o que deixa as portas abertas para que venha a assumir a presidência executiva do grupo no futuro.
Por enquanto, Rupert Murdoch não planeja se afastar, a despeito das questões que o escândalo das escutas causou quanto à sua liderança. "Espero que a vaga não se abra no futuro próximo", brincou Murdoch. Ele acrescentou que conta com pleno apoio do conselho da News Corp.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.