Mundo mágico dos bonecos invade a cidade de SP

A cidade é dos bonecos: títeres, fantoches, mamulengos, miniaturas - todos contam histórias a partir desta terça em mostra no Teatro do Sesi, no Ibirapuera, nas ruas do centro

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Por Agencia Estado
Atualização:

O festival "Bonecos do Mundo" vai invadir o Teatro Popular do Sesi, a Avenida Paulista, as ruas do centro da capital paulista e a Praça da Paz do Parque do Ibirapuera, que volta à ativa após cerca de um ano fechada para eventos noturnos, a partir desta terça-feira. Tudo de graça. No festival, todos os tipos de bonecos terão vez: de teatro de sombras (Tenj, da Rússia) a bonecos em miniatura manipulados com varinhas (Cia. Gente Falante com o Circo Minimal), de marionetes com fios de nylon a fantoches, de títeres formados a partir de partes do corpo aos famosos bonecões de Olinda - que se apresentarão ao som de marchinhas e canções paulistas na sexta-feira de manhã na Avenida Paulista, seguindo na parte da tarde para as ruas do Centro, a partir do Teatro Municipal. "O Festival vem em boa hora, logo após esse vácuo deixado pelo Cirque du Soleil, onde todos gostariam de ir, mas muito poucos têm acesso. É uma alternativa de alto nível e que ninguém terá de pagar por ela", diz a pernambucana Lina Rosa, idealizadora do evento. Nesta 3ª edição, o festival conta com a participação de 12 companhias nacionais e cinco internacionais (mais informações no site www.sesibonecos.com.br). Em 2004, a 1.ª edição passou por todas as capitais do Nordeste e, no ano passado, foi a vez do Centro-Oeste, além de Palmas (TO) e Belo Horizonte (MG). Segundo a organização, aproximadamente meio milhão de pessoas já puderam conferir e se emocionar com as histórias vividas pelos bonecos, nas duas edições. "E nunca houve nenhum tipo de violência no festival", afirma Lina. Após a passagem por São Paulo, a mostra seguirá para Nova Iguaçu (RJ), Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), Porto Alegre (RS) e Joinville (SC). Exposição de bonecos de até 4 metros no Ibirapuera Paralelamente às apresentações das diversas companhias, também ocorre uma exposição cenográfica de bonecos de até 4 metros de altura no Parque do Ibirapuera, que contará a história dos títeres no mundo e no Brasil. Além disso, um simpósio vai discutir a importância do teatro de bonecos na atualidade e oferecerá três oficinas gratuitas a profissionais do ramo. O evento, denominado Teatro de Animação - Contemporaneidade e Tradição, começa amanhã e vai até sexta-feira, no Sesi Vila Leopoldina. Entre os participantes estão os pesquisadores Felisberto Sabino da Costa, Luiz Fernando Ramos, Mário Piragibe e a bonequeira Ana Maria do Amaral. Os debates serão mediados por Fernando Augusto Gonçalves, criador do Teatro Mamulengo Só-Riso e do Museu do Mamulengo de Olinda, Pernambuco. Mas, afinal, o que é esse tal de mamulengo? A origem da palavra criada por pernambucanos vem de "mão molenga" e consiste na própria arte da manipulação de bonecos, que podia ser feita por meio de luvas ou fios. Há registros da chegada dos títeres ao Brasil há mais de um século em Pernambuco (provavelmente trazidos por holandeses) e no Rio Grande do Sul (pelos alemães). A arte de contar histórias usando mamulengos teve início com a manipulação dos bichinhos e da sagrada família presentes no presépio. "Quando deram vida ao teatro de presépio, com temas considerados profanos, virou a tal da presepada?", conta Lina sobre a origem do termo. Cias do Japão, Estados Unidos, Espanha, Rússia e França Cinco companhias internacionais, vindas do Japão, Estados Unidos, Espanha, Rússia e França, vão mostrar como é que se faz a "presepada" nos outros cantos do mundo. Fundado em Tóquio, em 1974, o grupo Dondoro caracteriza-se pela manipulação de bonecos de tamanho natural e de máscaras, unindo princípios dos teatros butô, kabuki e bunraku. Pela primeira vez em São Paulo vêm as companhias Teatro Tenj (sombra, em russo), de Moscou; os espanhóis do La Fanfarra; o americano Phillip Huber com The Huber Marionettes, que se tornou famoso por manipular os bonecos do filme "Quero Ser John Malkovich", de Spike Jonze (1999); e Petis Miracles, da França, com o seu Circo de Pulgas (invisíveis!). "Vou apresentar o circo em que trabalham as minhas três pulgas amestradas: Mimi, Zaza e a cuspidora de fogo Loulou. Elas realizarão proezas como equilibrismo e malabarismo no minipicadeiro", conta Jean-Dominique Kérignard, solista e criador da Petis Miracles em 1996. "Também integra a companhia o meu cachorro Popof, que cuida das minhas pulgas e de mim. Mas como ele não gosta de viajar de avião, sou eu quem estou cuidando das minhas pulgas nessa vinda ao Brasil e alimentando-as com o meu próprio sangue", brinca. Bonecos do Brasil e do Mundo. Teatro Popular do Sesi Av. Paulista, 1.313, 3284-9787. 3.ª a 5.ª, 20 h e 21h30. Grátis Praça da Paz do Ibirapuera. Parque do Ibirapuera. Sáb. e dom. a partir das 15h30. Até 13/8

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