Mundo da ópera chora a morte de Luciano Pavarotti

PUBLICIDADE

Por PHIL STEWART
Atualização:

Da elite dos teatros do mundo aos simples aficionados, o mundo da ópera chora na quinta-feira a morte de Luciano Pavarotti, elogiando especialmente a grande difusão que ele deu a essa forma artística. Sua voz potente e sua disposição em se juntar com nomes do mundo pop, como Sting e Bono, fizeram de Pavarotti um nome familiar no mundo inteiro. Ele morreu na quinta-feira, aos 71 anos, após uma luta contra um câncer pancreático. "Sempre admirei sua voz divina, seu timbre inconfundível e sua extensão vocal completa", disse Plácido Domingo, que fez com Pavarotti e José Carreras a série de concertos "Os Três Tenores". "Eu adorava seu belo senso de humor." Carreras se disse "feliz por tê-lo conhecido". "Ele foi sem dúvida um dos mais importantes tenores de todos os tempos. Era um homem maravilhoso, uma pessoa carismática. E um bom jogador de pôquer", afirmou o espanhol ao jornal sueco Expressen. A Ópera Real do Covent Garden de Londres, onde Pavarotti saltou para a fama com sua primeira apresentação solo, em 1963, disse que o mundo perdeu "um dos melhores cantores do nosso tempo". "Ele tinha a capacidade única de tocar as pessoas com a qualidade emotiva e brilhante da sua voz. Era um homem com o toque comum e com o dom mais extraordinário." Pavarotti nasceu em 1935, numa família humilde. Antes da fama, o tenor trabalhou como agente de seguros e professor. Italianos comuns, que viam em Pavarotti um ícone, o tratam como um herói nacional. "Estou realmente triste. Ele foi um homem que fez muito para promover a ópera na Itália. E foi uma pessoa que fez muito para promover a Itália no mundo", disse o romano Romolo Franchi. A perda foi ainda mais sentida em Modena, a cidade onde Pavarotti viveu e morreu. Ali, ele era lembrado não só como um grande tenor, mas também como o jovem amante do futebol que foi no passado. "Estivemos juntos desde a infância. Ele jogava de goleiro", recordou Giorgio Maletti, 72 anos. Venusta Nascetti, 71 anos, que costumava servir café a Pavarotti num bar local quando ambos eram adolescentes, lembrou-se dele como alguém "cheio de alegria, um espírito feliz". "Ele sempre nos amou como o amamos", disse a frágil idosa, com a emoção escondida atrás de óculos escuros, a jornalistas diante da casa de Pavarotti, aonde foi para prestar sua última homenagem. (Reportagem adicional de Jeremy Lovell em Londres, Gilles Castonguay em Modena, Antonio Denti em Rome, Crispian Balmer em Paris, Mark Meadows em Milão, Bjorn Rundstrom em Estocolmo e Joe Ortiz em Madri)

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.