'Muita Calma Nessa Hora 2' quer mais bilheteria

Sequência de comédia de sucesso estreia no fim do ano com orçamento engordado e produção mais caprichada

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Por Roberta Pennafort e RIO
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Muita Calma Nessa Hora, comédia de 2010 vista por 1,5 milhão de pessoas em menos de dois meses, marcou a carreira de boa parte da equipe. Foi o primeiro filme de maior visibilidade do diretor Felipe Joffily e a estreia no cinema de Bruno Mazzeo, ator e roteirista. Marcelo Adnet, que até então só tinha feito participações sem muita repercussão, transformou um pequeno personagem numa super aparição. O quarteto protagonista, Andréia Horta, Gianne Albertoni, Fernanda Souza e Débora Lamm, também teve sua primeira boa chance na tela grande. A sequência, que deve estrear no próximo verão, quer ir ainda mais longe na bilheteria. Muita Calma Nessa Hora 2, cujas filmagens estão sendo finalizadas no Rio, tem Mazzeo e Adnet, hoje dois dos mais carismáticos comediantes do Brasil, em performances de maior fôlego. Antes apenas o namorado infiel que motivava a viagem de Tita (Andreia) e as três amigas para Búzios, Mazzeo volta como o cantor de sertanejo universitário Renan, que cultiva um topete, fala "porrrrta" e se desloca pelo Rio numa limusine com estampa de oncinha (a mesma da cantora Chayene na novela Cheias de Charme). Adnet revive Augusto Henrique, o mauricinho paulistano sem noção, de sotaque e ego exagerados. "Renan é uma mistura de todos esses cantores que a gente vê por aí. Não sei identificar quem é o Gusttavo Lima e quem são os outros", brinca Mazzeo, que não queria participar do primeiro filme, foi convencido, e, agora, pressionado pela produção a criar para si um papel maior, como forma de atrair público. "Minha vida virou de cabeça para baixo de lá para cá. Virei vidraça, fiz novela, fiquei mais conhecido. O que eu acho importante é que o cinema brasileiro sempre sofreu preconceito do próprio brasileiro, e agora não mais. Minha Mãe é Uma Peça ser visto por dois milhões de pessoas, na frente dos filmes americanos, não pode ser considerado um problema". Os números de Mazzeo no cinema são uma baita credencial: os filmes que se seguiram a Muita Calma, Cilada.com (este também com seu nome no roteiro), E aí... Comeu? e Vai Que dá Certo, somam mais de sete milhões de espectadores. Isso sem falar na popularidade ganha com o personagem Tom Bastos, da mesma Cheias de Charme. A despeito do declínio de sua ex-emissora, a MTV, a trajetória cinematográfica de Adnet (hoje preparando o terceiro projeto na Globo em apenas quatro meses) só prosperou nos últimos três anos. As Aventuras de Agamenon, o Repórter e Os Penetras tiveram, juntos, de 3,5 milhões de pagantes. Mas ele ainda não se sente um ator de cinema. "Sou um comediante que faz cinema", corrige. "Estamos num momento muito forte da comédia no Brasil, a vida está tão corrida que as pessoas querem ver algo leve, ágil. Fora disso é mais difícil dar público." O produtor Augusto Casé, com Mazzeo desde que Cilada era um seriado de humor desbravando a programação do Multishow ("foi a primeira série de dramaturgia de humor na TV fechada"), se vê rumo à marca dos dez milhões de espectadores (contabilizando aí o filme Ó Paí, Ó, de 2007). Felipe Joffily tenta conter as próprias expectativas. "A gente nunca sabe o que vai acontecer. O primeiro Muita Calma mudou a minha carreira. Esses números são um reflexo da própria retomada: uma geração ficou sem filmar nos anos 90 para a gente poder colher. Acho que a tendência é que todos os gêneros se popularizem, e não só a comédia". São 33 atores no filme, contando as participações especiais. O orçamento engordou (números não são revelados) na esteira do tempo de filmagem (seis semanas, duas a mais do que no primeiro). Três anos depois das aventuras amorosas em Búzios, as amigas Tita, Mari, Estrella e Aninha voltam a vestir seus biquínis, dessa vez na praia de Ipanema. Mari (Gianne) está coordenando um grande festival de música e as amigas vão na sua cola. As locações privilegiam a beleza da cidade, como se fez em Búzios.

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