Moussia, modernista de primeira hora, ganha uma retrospectiva

Aristocrata russa, pintora casou com empresário paulista, expôs ao lado de Tarsila e agora tem sua obra exibida na Pinacoteca

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Por Redação
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Moussia Pinto Alves (nascida Moussia von Riesenkampf) é um nome pouco lembrado quando se fala da vanguarda modernista do Brasil. No entanto, Mário de Andrade elogiou a artista quando Moussia expôs , aos 30 anos, suas pinturas no Salão de Belas Artes do Rio de Janeiro, em 1931, ao lado de Tarsila e Portinari. A Pinacoteca do Estado presta tributo à artista, morta em 1986, com uma exposição que tem com curadora Stella Teixeira de Barros. Ela selecionou 70 obras realizadas entre 1930 e 1980. Nascida na Rússia imperial, em 1901, Moussia chegou ao Brasil nos anos 1920, casada com o empresário paulista Carlos Pinto Alves.Filha de um almirante do czar e pertencente à aristocracia russa, sua família foi perseguida pelos bolcheviques, que mataram seu pai em 1918. Sua mãe também morreu. Moussia fugiu para Paris e, posteriormente, para Hamburgo, onde conheceu seu futuro marido brasileiro, interessado em arte. Ao chegar ao Brasil, no segundo estágio do modernismo, ela ficou amiga dos artistas da Semana de 1922, chegando a organizar exposições com a esposa de John Graz, Regina, antes de se tornar conhecida em Nova York, onde expôs na Galeria Passedoigt.Foi lá que o Museu de Arte Moderna comprou um de seus melhores óleos, Nu com Frutas, de 1940, que hoje integra a coleção do Museu de Arte Contemporânea (MAC/USP). A exposição da Pinacoteca concentra-se nos retratos pintados pela artista, além de óleos de temática religiosa - Moussia converteu-se ao catolicismo antes de chegar ao Brasil. A pintora integrou o primeiro grupo de artistas no País que defendiam o abstracionismo, experimentado a escultura nos anos 1940 sob influência de Henry Moore. / A.G.F.

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