Mostra traz imagens preciosas do Brasil do século 19

O Brasil de Marc Ferrez fica em cartaz até outubro na sede carioca do Instituto Moreira Salles (IMS) e segue para Paris Veja fotos

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Por Agencia Estado
Atualização:

Um dos mais preciosos acervos sobre a fotografia brasileira do século 19 tornou-se um pouco mais acessível com o lançamento do livro e abertura hoje para o público da exposição O Brasil de Marc Ferrez. Em cartaz até 23 de outubro na sede carioca do Instituto Moreira Salles (IMS) e seguindo posteriormente para Paris, onde será exibida no Museu Carnavalet por ocasião do ano brasileiro na França, a mostra reúne cerca de 300 das mais de cinco mil imagens produzidas pelo fotógrafo franco-brasileiro no País e que constituem uma das mais importantes fontes documentais e reúnem alguns dos mais belos registros do Brasil deste período. O livro complementa o esforço de pesquisa e reúne, além de um vasto portfólio de imagens, uma série de textos sobre Marc Ferrez (1843-1923) ricamente ilustrados e assinados por especialistas no assunto como Maria Inez Turazzi e Pedro Karp Vasquez. Nesse primeiro grande esforço de classificação e divulgação da obra de Ferrez pelo IMS desde que a coleção foi adquirida em 1998 do historiador e neto do fotógrafo, Gilberto Ferrez, foram privilegiados aspectos centrais de sua produção, que se estendeu ao longo de mais de meio século (entre 1867, quando funda seu primeiro ateliê, e 1920). Os aspectos mais destacados são as imagens panorâmicas da paisagem brasileira, sobretudo do Rio de Janeiro; a curiosa inserção da figura humana nesse contexto, ressaltando o caráter monumental do cenário e da natureza; os trabalhos que realizou como fotógrafo para a Comissão Geográfica do Império e posteriormente nos projetos de documentação como da abertura das estradas de ferro em todo País; e finalmente a introdução de uma série de inovações tecnológicas por Marc Ferrez. Dentre suas ousadias estão a realização de grandes panorâmicas de varredura de até 180.º, com grandes chapas de vidro e exposições tão longas que tornaram possível ao fotógrafo e um amigo brincarem de aparecer duas vezes na mesma imagem, brincando com o conceito de tempo e fotografia. Mas como afirma o coordenador da área de fotografia do IMS, Sergio Burgi, ainda há muito que se aprender com Ferrez sobre fotografia e sobre Brasil.

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